Unicentro: Semana acadêmica abordou mudanças climáticas, recursos hídricos e direitos socioambientais

Evento contou com palestras, minicursos, mesas-redondas, apresentações de trabalhos científicos e realização de trabalhos de campo

Discutir ideias e propor soluções acerca de problemas atuais dentro do campo da ciência geográfica. Com este foco, a 26ª Semana Acadêmica de Geografia (Semageo) trouxe a temática “Mudanças climáticas, recursos hídricos e direitos socioambientais: diálogos sobre a crise”. Realizado pelo Departamento de Geografia do Campus Cedeteg e pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Unicentro, o evento contou com palestras, minicursos, mesas-redondas, apresentações de trabalhos científicos e realização de trabalhos de campo. Acadêmicos de graduação e pós-graduação em Geografia tiveram a oportunidade de aprimorar a sua formação e capacitação com especialistas da Universidade Federal do Paraná, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da Argentina e do México.

“São questões bastante contemporâneas. As mudanças climáticas estão acontecendo e precisamos discutir as estratégias que estão sendo pensadas, no sentido de enfrentar essas mudanças climáticas, bem como temos que discutir os recursos hídricos. Há alguns meses, nós passamos por uma escassez hídrica bastante severa no sul do Brasil, o que mostrou a necessidade de se discutir, debater a temática dos recursos hídricos. Da mesma maneira, o outro foco que estamos discutindo nesta 26ª Semana Acadêmica de Geografia é o das questões raciais. Em geral, todos esses olhares se voltam para os direitos socioambientais”, declarou o professor Mário Zasso Marin, organizador da 26ª Semageo.

Para a participante do evento Larissa Aparecida Dionizio, as atividades da Semageo mostraram como o geógrafo pode atuar e estudar quais são essas mudanças e onde elas impactam com maior presença.

“Enquanto geógrafos e estudantes de geografia, a gente percebe a importância de estudar essa temática através da possibilidade de espacialização dos dados e interpretação deles também através de mapas, gráficos e tabelas. É através disso que a gente vai poder compreender quais são as medidas mitigadoras que a gente pode aplicar no nosso cotidiano para redução dos impactos ambientais, que muitos deles são causados por seres humanos e que impactam tanto na vida da fauna e da flora, como de um ecossistema como um todo”, disse Larissa, que é bacharel em Geografia pela Unicentro e estudante do Programa de Pós-Graduação em Geografia da universidade.

“Foi muito interessante porque a gente começou a semana aprendendo sobre quais são as mudanças climáticas, como ocorrem as mudanças climáticas, e a gente finalizou aprendendo sobre um modelo e um sistema de agricultura muito diferente daquilo que a gente é habituado a conhecer e a ver no nosso cotidiano, que é o modelo e sistema agroflorestal, onde é possível produzir o alimento em meio à floresta, sem desmatar e sem prejudicar o ecossistema como um todo”, afirmou Larissa, que participou de todas as atividades desenvolvidas ao longo da semana.

Programação contou com visitas a campo (Foto: Divulgação)

Para fechar a programação, no último dia da 26ª Semageo, foram realizados trabalhos de campo. O itinerário contou com visitas ao museu Visconde de Guarapuava, tombado pelo patrimônio cultural do estado do Paraná, para estudo da paisagem urbana; ao museu histórico de Entre Rios, dedicado à preservação e divulgação dos suábios do Danúbio; ao quilombo Invernada Paiol de Telha, também em Entre Rios, primeiro território quilombola titulado do Paraná; e, por fim, uma ida ao caminho de São Francisco da Esperança, Salto São Francisco e sítio agro-florestal Pedacinho do Céu.

“O objetivo foi conhecer a história do Parque Estadual da Serra da Esperança e sua importância para a conservação da biodiversidade local. No sítio agroflorestal Pedacinho do Céu buscou-se conhecer o sistema agroflorestal, a permacultura e a bioconstrução”, explicou o professor Mário Zasso Marin.

“A partir da visita, a gente pode ver de perto o sistema de agricultura agroflorestal, o quanto ele não agride o meio ambiente e nem os recursos naturais, muito pelo contrário. A gente teve acesso para conhecer planos de manejo e, na prática, qual a maneira correta de você fazer o descarte do resíduo que você produz, do lixo que você produz, sem agredir o meio ambiente.

Enquanto geógrafos, a gente aprendeu muito na Semana de Geografia, ela foi muito benéfica para o nosso conhecimento acerca de como nós, geógrafos, podemos atuar em prol da diminuição dos impactos ambientais e principalmente na diminuição das mudanças climáticas. Fazendo cada um a sua parte, começando dentro de casa, para que a gente possa deixar um futuro melhor para as futuras gerações”, complementou a acadêmica Larissa Aparecida Dionizio.