Montanhismo um esporte que vem ganhando muitos adeptos
A equipe de reportagem do Jornal Extra Guarapuava convidou Lúlio da Rosa (31), policial militar e condutor de áreas naturais para nos contar um pouco sobre esse esporte.
Lúlio contou que no ano de 2002 entrou para o clube de desbravadores e foi conhecendo atividades de aventuras como rapel, escalada, entre outras. Em 2014 iniciou no montanhismo, ainda pratica outros esportes mas a paixão é pelo montanhismo. A paixão é devido ao desafio de alcançar o cume de uma montanha, é muito gratificante quando você consegue chegar lá, disse Lúlio.
Lúlio disse que o importante é começar aos poucos e recomenda nunca ir sozinho e sim com pessoas experientes de preferência que já conheça as trilhas e as montanhas. Em Guarapuava há em torno de umas dez pessoas com experiência nessa área.
Ele começou em uma das montanhas que considera umas das mais difíceis, o Pico Marumbi. Nunca tinha ido para uma montanha, não conhecia nada, só tinha algumas dicas encontradas na internet e mesmo assim acabamos indo. Montanha ou você ama ou odeia, eu fui para o lado do amor, comentou Lúlio.
Hoje tem um pessoal com mais experiência que nos acompanha e que sempre estão auxiliando os primeiros praticantes, geralmente são dois ou três grupos, uns vão mais à frente e sempre fica um para auxiliar a apoiar os que estão indo pela primeira vez, comenta.
Alguém sempre vai na frente para reconhecimento de trilha, porque por mais que você vá constantemente, tudo muda. Muitas vezes, há muitas árvores caídas, sujeira pela trilha, então temos que parar, pensar e saber identificar qual o caminho a seguir, para não ter perigo de se perder.
Lúlio comentou que o montanhismo é um esporte que está crescendo e devido a isso tem a parte boa e ruim. Tem o pessoal que faz montanhas, os montanhistas mesmo, onde há regras, segurança, respeito com a natureza, mas há os que acabam indo e de uma certa forma invadindo o espaço, deixando lixo pelo caminho, por exemplo, essa é a parte ruim.
Para começar nesse esporte, Lúlio diz que basta ter uma mochila, um tênis com mais aderência (but) e muita força de vontade. Algumas pessoas investem pesado, compram vários equipamentos e acabam não gostando. De início, empresta de algum conhecido ou também pode entrar em contato conosco, que podemos ajudar, ou seja, não deixar de ir por causa de equipamentos, comenta.
A sensação primeiramente é a de superação, você sai da sua rotina do dia a dia cansativo, lá ficamos desligados de tudo, sem internet, celular, apenas o contato com a natureza, a sensação é de tranquilidade. Acabamos esquecendo os problemas, por mais que seja apenas um dia sem pernoite, o qual chamamos de ‘ataque’, já voltamos totalmente renovados, finalizou Lúlio.
O custo depende muito da montanha. No começo de julho, o grupo estará indo para o Pico Camapuã, o valor ficará em 180 reais, incluindo transporte de ida e volta, entrada na propriedade e seguro de vida. É uma subida de aproximadamente quatro horas, pernoite no Camapuã e descida no dia seguinte.
Lúlio tem um projeto, o 10 mais Brasil que visa alcançar os dez pontos culminantes do Brasil, os quais são: Pico da Neblina (AM), Pico 31 de março (AM), Pico da Bandeira (MG/ES), Pedra da Mina (MG/SP), Pico das Agulhas Negras (RJ), Pico do Cristal (MG), Monte Roraima (RR), Morro do Couto (MG/RJ), Pedra do Sino de Itatiaia (RJ), Pico dos 3 estados (MG/SP/RJ). Dentre todos, Lúlio já alcançou oito, faltam apenas o Pico da Neblina e o 31 de março.