Guarapuavana é a primeira brasileira a desenvolver estudo sobre Alzheimer

A Cidade dos Lagos abriga um dos maiores e mais tecnológicos Institutos de Pesquisa do Brasil. Profissionais da medicina, biologia, biomedicina, farmácia e entre diversas outras áreas da saúde iniciaram os estudos relacionados a análise genômica da população e fatores de predisposição para algumas doenças, entre elas o Covid-19.

Uma das mais novas integrantes do Instituto, a doutora Daiane Simão, 36, continuará no IPEC uma pesquisa iniciada em 2013 em Estocolmo, na Suécia. Daiane é a primeira brasileira a integrar o Instituto Karolinska, o maior centro de pesquisa médica do mundo. O Karolinska é reconhecido pelo desenvolvimento de ponta na área da Saúde.

A guarapuavana, que é geneticista, participou durante um ano no departamento de Pesquisas Neurodegenerativas. “Eu fui a primeira pesquisadora brasileira no instituto a fazer este levantamento genético e proteômico de fatores de pré-disposição para as demências com dados brasileiros. As amostras que analisei em Estocolmo eram da população paranaense, até então, nenhuma pesquisa deste gênero estava sendo desenvolvidas no Brasil. Mas com a tecnologia, equipamentos e mão de obras de um Instituto de ponta foi possível iniciar este projeto”, contou.

Daiane explicou que, desde que voltou de Estocolmo, a pesquisa estava parada por não ter um espaço com o mesmo suporte. Mas o cenário mudou quando ela conheceu o isntituto. “Agora com IPEC é possível dar continuidade, eles têm um aporte parecido com o que tínhamos, e ainda mais a integração entre o instituto, hospital e universidade”.

A Pesquisa – Daiane é graduada e mestre em Biologia pela Universidade Estadual do Centro Oeste, mas foi em sua especialização de doutorado que a pesquisadora resolveu sair do Brasil. Com objetivo de entender quais os fatores genéticos que levam a pessoa a desenvolver sintomas distintos e responder de forma diferenciada ao tratamento na doença de Alzheimer, no Karolinska, Daiane buscou identificar fatores de pré-disposição para população brasileira.

“Se não for realizada a  análise genética do paciente, não tem como saber. Hoje, nós temos com o COVID-19 a manifestação clínica variando desde assintomática até casos mais graves, queremos compreender quais os fatores genéticos que atuam nas diferentes formas de resposta imunológica de pessoa para pessoa. Para conseguirmos pensar em novas formas de tratamento. A partir do momento que o pesquisador consegue diagnosticar fatores causais, conseguirá propor o desenvolvimentos de novos medicamentos e estratégias de prevenção”.

Daiane continuou seus projetos na pesquisa genômica e, especialmente, com fatores genéticos de propensão ao câncer. “Eu conheci o doutor David Figueiredo, o diretor do IPEC, no ano passado, quando estava buscando informações diagnósticas sobre o câncer, para auxiliar no diagnóstico da minha mãe, que havia descoberto um tumor. Ele já estava atuando no desenvolvimento do instituto de pesquisa para o câncer. Nós fomos estreitando as possibilidades, até que começaram as atividades. Foi a partir de uma vivência familiar que, como pesquisadora, tive a motivação para direcionar minhas pesquisas e estudos para essa área”.

IPEC – O Instituto de Pesquisa para o Câncer atuará em diversas frentes de pesquisa. Para a Doutora, o IPEC terá todas as possibilidades que o Karolinska tem hoje de desenvolver pesquisas de ponta. “O IPEC não perde em nada para os institutos de pesquisa de países de primeiro mundo. A pesquisa, os equipamentos e os trabalhos realizados aqui trazem um diferencial para o Brasil, tanto em estrutura física, quanto em qualidade e investimento em pessoas com experiencia e capacidade”, relata.
No IPEC, a doutora desenvolverá pesquisas genéticas na área da saúde, com foco atual para o COVID-19.   No instituto serão desenvolvidas também pesquisas nas áreas de agricultura e agropecuária.

“Acredito que o IPEC irá contribuir para na melhoria de qualidade de vida de perspectiva de tratamento e de diagnostico no País. O Brasil tem uma população com uma diversidade genética muito grande e nós carecemos de centros de pesquisa que atuem na investigação da nossa diversidade para pensar em testes e diagnósticos, assim como pensar em tratamentos para nossa população”, conclui.

O Instituto de Pesquisa para o Câncer foi inaugurado neste ano com intuito de promover a pesquisa e desenvolvimento avançados e com alta tecnologia. Localizado no bairro Cidade dos Lagos, ele atenderá cerca de 500 mil pessoas e mais de 10 municípios.

 

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