Inauguração da Casa Indígena de Guarapuava é discutida por lideraças

Local será destinado aos índios que precisam vir à cidade para vender artesanato ou acessar benefícios sociais

A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social de Guarapuava (SEMADS) reuniu-se com caciques e outras lideranças indígenas nessa segunda-feira (25), marcando um passo importante para a implementação deste projeto que visa garantir infraestrutura para os povos indígenas em itinerância no município para venda dos artesanatos. Após meses de estudo e planejamento, a tão aguardada Casa de Passagem Indígena de Guarapuava está prestes a ser inaugurada.

A reunião, que aconteceu no local onde será a sede da Casa de Passagem, serviu também para os indígenas conhecerem a espaçosa residência, que conta com 240 metros quadrados com capacidade para 30 pessoas.

Estiveram presentes líderes da Comunidade Kaingang da Aldeia Ivaí, como o Cacique Domingos Zacarias, o vice-cacique Reinaldo e Dirceu Retanh Pereira Santiago, presidente da Associação que representa os indígenas da Reserva. O novo local também será utilizado pelos territórios de Rio das Cobras, da cidade de Nova Laranjeiras, e Marrecas do município de Turvo.

Esta iniciativa, de acordo com a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Elenita Lodi, proporcionará um ambiente seguro e acolhedor para os indígenas que precisam vir à cidade para vender artesanato ou acessar benefícios sociais.

“A Casa de Passagem Indígena de Guarapuava não é apenas um local de hospedagem; é um espaço que busca respeitar e valorizar a cultura indígena, oferecendo uma estrutura adequada para aqueles que vêm até nossa cidade trabalhar, vendendo seu artesanato.

Estamos comprometidos em garantir que este espaço atenda às necessidades das comunidades indígenas e que ele seja administrado de forma transparente, com comodidade, respeito e de exercício dos direitos humanos”, disse a secretária.

Ao longo do ano, a SEMADS realizou um estudo minucioso para a implementação desta casa, incluindo visitas a casas de passagem indígenas no Paraná, incluindo Irati e Ponta Grossa e Maringá. Esta troca de experiências serviu de base para o planejamento da Casa de Passagem e Cultura Indígena de Guarapuava.

Para o líder Dirceu Retanh Pereira Santiago, esta residência é um passo importante para a qualidade de vida dos indígenas que vêm a Guarapuava. “O que a gente quer é trabalhar, e pode ter certeza que todo mundo que tiver uma moradia de qualidade vai facilitar muito a nossa vida”, ressaltou.

O vice-cacique Reinaldo se mostrou satisfeito com a estrutura da casa. “Do jeito que está, com garagem, dois andares […] nossa, é realmente muito bom!”, afirmou o vice-cacique.

No Paraná, existem atualmente aproximadamente 13.300 indígenas, a maioria pertencente aos povos Kaigang e Guarani, com algumas comunidades Xetás e Xokleng. Eles vivem em 23 terras indígenas e aldeias, segundo dados do Governo do Estado.

“As casas de passagem são iniciativas que existem há algum tempo para auxiliar essas comunidades, e agora Guarapuava finalmente poderá se orgulhar não só de ter uma, mas de ter uma das melhores do Paraná”, concluiu a secretária Elenita.

A Casa de Passagem e Cultura Indígena de Guarapuava tem previsão de inauguração para o fim do mês de outubro.