Guarapuava tem dia de combate ao Feminicidio

Cidade está entre os 100 municípios brasileiros que mais matam mulheres

No Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, nessa quarta-feira (22), em Guarapuava, 89 cruzes foram expostas na Praça 9 de Dezembro representando cada uma das vítimas de feminicídio no Paraná em 2019.

Elas lembravam seus sonhos interrompidos, escancaravam a violência desencadeada pelo machismo e reafirmavam a luta guarapuavana pelo fim da violência contra as mulheres.

“Esse ato é de sensibilização. Toda vida importa e no ano passado 89 delas foram interrompidas pela violência contra a mulher. Com todas as políticas públicas implantadas em Guarapuava nos últimos anos, nós conseguimos reduzir os índices locais de feminicídios, mas estamos aqui justamente para mostrar que nossa luta continua, ela não acabou”, afirmou a secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Andresa do Amaral.

Deixando para trás os números que colocaram Guarapuava entre os 100 municípios brasileiros que mais matavam mulheres, segundo o Mapa da Violência de 2012, hoje, a cidade é referência na execução de políticas públicas, no enfrentamento à violência contra as mulheres e na construção de uma cidade com equidade de gênero.

“O que nos faz vítimas é o simples fato de sermos mulher e é contra isso que lutamos. Vamos lutar por nenhuma a menos. Vamos lutar para desconstruir o machismo, amparar nossas mulheres e para lembrar que o amor é muita coisa, menos morte e violência”, reforçou Andresa.

O espaço preparado na Praça também contou com ações orientativas, com placas e banners sobre os serviços oferecidos pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, através do CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher). “A maioria das vítimas de feminicídio tem como autor do crime o próprio companheiro.

Por isso, trabalhamos com o alerta às mulheres sobre os sinais e o ciclo da violência, para que elas possam identificar e romper esse ciclo. Neste espaço, aquelas que precisam de ajuda podem ser orientadas e encaminhadas ao atendimento humanizado feito pela Rede com serviço psicológico, social e encaminhamento jurídico”, explicou a assistente social do CRAM, Thalyta Forquim Buco.

Além de Guarapuava, mais de 20 outras cidades do Paraná reforçaram o ato de conscientização que marca o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, instituído pela Lei nº 19.873/2019, de autoria da deputada estadual Cristina Silvestri.

“O feminicídio é o último grau da violência doméstica. Antes deste crime acontecer, a violência se manifesta de forma gradativa. Começa silenciosa e evolui aos poucos. O Dia de Combate ao Feminicídio vem de encontro à necessidade de se falar mais sobre isso, conscientizando, principalmente as mulheres, sobre a necessidade delas se encorajarem e quebrarem este ciclo de sofrimento.

A denúncia é o primeiro passo para evitarmos feminicídios”, detalhou a deputada Cristina Silvestri, que também é procuradora da mulher da Assembleia Legislativa.

No município, a mobilização uniu esforços entre a Prefeitura de Guarapuava, através da secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, e a Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do ParanáA(Alep).