Paraná tem 829 casos de violência contra pessoas LGBTQIAPN+ em 2025

Denunciar esses casos é essencial para proteger os direitos humanos e promover uma sociedade mais justa e inclusiva

A violência contra a população LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais, Não-binários e outras identidades de gênero e orientações sexuais) é uma realidade preocupante em muitas sociedades. Denunciar esses casos é essencial para proteger os direitos humanos e promover uma sociedade mais justa e inclusiva.

De acordo com o Painel de Dados da Ouvidoria Nacional do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH), o estado no Paraná já registrou nesses cinco primeiros meses de 2025 o total de 829 casos de violações (Qualquer fato que atente ou viole os direitos humanos de uma vítima. Ex.: maus tratos, exploração sexual, tráfico de pessoas) contra pessoas que se autodeclaram LGBTQIAPN+.

O estudo mostra, que desse total, apenas 116 denúncias foram efetivadas (Quantidade de registros que demonstra a quantidade de vezes em que os usuários buscaram a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos para registrarem uma denúncia). No ano passado, o Paraná teve 2.230 casos desse tipo de violência, com apenas 291 denúncias registradas. A capital paranaense é a que lidera esses números, com 769 casos registrados em 2024 e em 2025, até o momento, são 276 casos.

Segundo a coordenadora do curso de Direito da Faculdade Anhanguera, Camila Escorsin Scheifer, a população LGBTQIA+ sofre diariamente com a discriminação, que muitas vezes é uma forma velada de agressão: “Quando falamos da realidade da comunidade LGBTQIA+, os desafios são imensos: essas pessoas sofrem diariamente com preconceito, exclusão social, violação de seus direitos fundamentais, muitas vezes falta de apoio familiar e barreiras para acessar oportunidades educacionais e profissionais. Tudo isso pode resultar em consequências graves, como angústia emocional, sofrimento psicológico, tristeza profunda, depressão e até tentativas de suicídio”.

Um levantamento recente realizado pela associação europeia TransRespect, feito em 72 países, mostra que a perspectiva de vida de pessoas trans é de, aproximadamente, 35 anos. Além disso, segundo o “Dossiê 2024 sobre Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2023″ da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), no ano de 2023 houve um aumento de mais de 10% nos casos de assassinatos de pessoas trans: “foram 155 casos, sendo 145 casos de assassinatos e 10 pessoas trans suicidadas. A mais jovem trans assassinada tinha 13 anos”, reforçando o quanto a letra T da sigla é considerada uma das mais vulneráveis à violência na comunidade.

“A comunidade LGBTQIAPN+ enfrenta diversas formas de agressão em situações cotidianas, sendo a violência física, principalmente o homicídio, a mais comum, principalmente direcionada às pessoas transsexuais, especialmente, no Brasil”, explicou.

Para a coordenadora, é necessário um amplo entendimento da população e dos órgãos responsáveis sobre o tema. “É crucial o engajamento crescente da sociedade e das autoridades em todos os níveis, por meio de políticas públicas que incentivem a conscientização sobre os direitos das pessoas LGBTQIA+, visando atingir mais gente e legitimar a luta pela causa, que afeta não apenas os indivíduos diretamente envolvidos, mas toda a sociedade”, concluiu Camila.

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