Um mês sem Tatiane Spitzner

“Um mês de vozes sendo erguidas pela luta de todas as nossas mulheres!” (Foto: Reprodução/Facebook)

 

Por Jonas Laskouski 

 

No dia em que a morte de Tatiane Spitzner completou um mês, nessa quarta-feira (22), um texto publicado por Bruna Spitzner na página Todos por Tatiane Spitzner, no Facebook, resume os sentimentos que ainda ecoam não só em Guarapuava, mas pelo mundo, já que a comoção alcançou níveis internacionais. A mensagem deixada pela prima de Tatiane é forte:

“O tempo é uma questão complexa. Um mês se passou.. Tão rápido desde que tudo aconteceu, tão devagar sentindo a sua falta em todos os momentos. O propósito dela nesse mundo não poderia ser mais bonito do que esse.

A dor que toda a família e amigos sentem, está sendo revertida em luta, em vidas sendo salvas. A dor libertou um grito que há muito estava sufocado dentro de tantas pessoas. Um grito por justiça, um grito de basta! A dor libertou a vontade de lutar, de transformar o mundo num lugar melhor e mais justo. A dor da ausência tem virado saudade com as lembranças tão lindas que guardamos em nossos corações. Lembranças da pessoa incrível que você era, do seu coração tão bom, do ser iluminado que fez tanto por tantos!

Acreditamos que aí de cima você olha por todos nós, por todas que você está ajudando, por todas que encontraram em você um ponto de partida para lutar!  Sua voz ecoa pelo mundo inteiro, de ponta a ponta, tocando corações, tocando a vida de mulheres que hoje gritam junto com você!

Você nos ensinou tanto, em todos os momentos, e continua nos ensinando!
Amor, empatia, sororidade.

Lutamos por você. Lutamos por todas. Lutamos para que o mundo e o futuro daqueles que educamos hoje, seja um futuro sem medo.

Um mês de ausência física, um mês de saudade. Um mês de vozes sendo erguidas pela luta de todas as nossas mulheres!

Bruna Spitzner”

 

COMO ESTÁ O CASO (informações da Massa News)

Encerra nesta quinta-feira (23) o prazo para a manifestação do Ministério Público do Paraná (MP-PR) a respeito do pedido da defesa de Luís Felipe Manvailer, acusado de matar Tatiane, para que o processo fosse suspenso até a inclusão de todos os laudos necessários. Manvailer (foto abaixo) permanece preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG).

 

 

Os advogados do professor formularam, na última quinta-feira (16), um pedido para que o processo fosse suspenso sob a argumentação de que a denúncia do MP não está minimamente delimitada. Além disso, a defesa solicitou que o prazo para apresentação de resposta à acusação, que também encerra nesta quinta-feira, seja suspenso.

O MP não identifica do que ela [Tatiane] morreu: foi dentro do apartamento ou com a queda? Foi por asfixia ou em virtude da queda? A denúncia é ambígua, ora diz que que ele [Manvailer] a matou asfixiada, ora diz que ela morreu em virtude da queda. Não há defesa contra uma acusação movediça, afirmou o advogado Adriano Bretas.

Já na sexta-feira (17), a juíza Paola Gonçalves Mancini, da 2ª Vara Criminal de Guarapuava, pediu que o MP se manifestasse sobre os pedidos feitos pela defesa – prazo este que se encerra nesta quinta. Aguardamos uma manifestação do MP a respeito do nosso pedido, o que imaginamos que aconteça até o fim da tarde desta quarta. Precisamos que o MP se manifesta e que a magistrada decida pela suspensão ou não do processo conforme o pedido. Caso o MP não se pronuncie, teremos que verificar exatamente quais as providências que a defesa vai tomar e que tipo de medida poderá ser tomada a partir de uma eventual inercie, disse Bretas.

De acordo com o advogado, não há prazo para que os laudos pendentes sejam concluídos e anexados ao processo, mas há a expectativa de que os mesmos sejam confeccionados até o fim do mês. Fica difícil para defesa, para não dizer impossível, se defender de uma acusação que não está minimamente definido. É preciso aguardar que esses laudos venham aos autos, disse.

Bretas explicou, ainda, que a partir do momento em que a defesa apresenta uma resposta à acusação, a magistrada tem o prazo de 10 dias para designar a audiência em que serão ouvidas as testemunhas. Nós pedimos para que esse prazo [para apresentar a resposta] seja suspenso, e tudo indica que nosso pedido tenha que ser apreciado até amanhã.

O Extra Guarapuava entrou em contato com o Instituto Médico Legal sobre os laudos ainda pendentes no processo. Segundo o agente de perícia e chefe administrativo do Instituto, Obadias de Souza Lima Junior, os resultados dos exames laboratoriais que estão sendo realizados em Curitiba devem ficar prontos em, no máximo, 10 dias. São esses exames que vão atestar se Tatiane já estava morta ou não quando caiu da sacada do apartamento 403.