Unicentro tem três projetos premiados no Inova Saúde Paraná

Enaltecer os projetos e as experiências inovadoras na área estão entre os objetivos da premiação

Acadêmicos e docentes do Departamento de Fisioterapia da Unicentro foram reconhecidos no 6º Prêmio Inova Saúde Paraná, realizado pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Inesco).

Enaltecer os projetos e as experiências inovadoras na área estão entre os objetivos da premiação entregue durante a 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde.

Na área de “Políticas Públicas, Gestão e Avaliação na Saúde” foi premiado o programa de reabilitação pós-Covid-19 intitulado.

“Enfrentamento à Covid-19 em usuários do SUS com doenças crônicas não transmissíveis”, que tem por objetivo oferecer à população, nesse momento de pandemia, formas de tratamento, manejo de suas limitações e orientações científicas de qualidade, que impactem positivamente na qualidade de vida dessas pessoas, de forma acessível.

Coordenado pela professora Christiane Riedi Daniel, o projeto atua em três frentes e envolve aproximadamente 20 alunos, entre iniciação científica, iniciação tecnológica e extensão, além de docentes dos departamentos de Fisioterapia, Ciência da Computação e Fonoaudiologia.

“O projeto possui três grandes frentes de trabalho: a primeira é voltada especificamente a pacientes covid, que são atendidos e avaliados por tele-reabilitação quando ativos, durante o período de isolamento, e de forma presencial em pacientes pós-Covid, com avaliação, atendimento e orientações.

A segunda frente é voltada para pacientes com dores crônicas ou doenças crônicas não transmissíveis e toda a assistência é realizada através de teleatendimento.

E a terceira frente é o desenvolvimento de materiais voltados para a educação em saúde e de tecnologias, como aplicativos para a entrega de educação em saúde e autogerenciamento, tanto da Covid quanto da dor crônica”, explicou Christiane.

Como resultado do projeto, ocorreu a implementação de uma rede de assistência no município de Guarapuava, desenhada em parceria entre a Atenção Básica e a Clínica de Fisioterapia da Unicentro, permitindo ofertar assistência à saúde por meio da tele-reabilitação para indivíduos em isolamento ou distanciamento social, como também avaliação e atendimento presencial para minimizar agravos e acelerar a recuperação funcional do indivíduo no pós-Covid.

“A implementação do projeto possibilitou criar um fluxo de assistência fisioterapêutico na saúde pública, facilitando e agilizando o cuidado tanto dos pacientes com Covid, quanto dos pacientes com dor crônica. Possuir uma rede de assistência organizada facilita o direcionamento desses pacientes, baseado nas condições clínicas e funcionais, para um cuidado muito mais ágil e preciso, resultando em uma melhora da qualidade de vida, uma melhora funcional destes pacientes”, detalhou Christiane.

Valorizar e estimular a produção de pesquisas científicas de caráter inovador desenvolvidas por professores e alunos estão entre as metas da premiação e que refletem no dia a dia da comunidade universitária.

“A menção honrosa”, conta a docente, “nos traz muito orgulho, pois é fruto do trabalho de toda uma equipe e que mostra o papel da universidade na comunidade, através do desenvolvimento de pesquisas, prestação de serviços e de orientações de uma maneira geral.

A gente fica muito feliz com esse reconhecimento e isso nos impulsiona a desenvolver novos trabalhos, ampliar os já desenvolvidos, envolvendo a universidade e a saúde pública da nossa região e do estado”.

Na categoria “Atenção primária à saúde”, a Unicentro foi representada por docentes e acadêmicos do terceiro ao quinto ano do curso de Fisioterapia, que realizaram um estudo buscando caracterizar a funcionalidade e a incapacidade de pacientes com queixas de dores lombares.

Também realizada na Clínica Escola de Fisioterapia, a pesquisa analisou 47 pacientes para identificar os principais fatores relacionados com a dor lombar e direcionar melhores terapêuticas. “Nós observamos que a dor crônica tem sido de elevada prevalência, principalmente a dor lombar.

Então, nós quisemos fazer uma avaliação mais abrangente, em um modelo biopsicossocial e não só no modelo biológico da doença em si, os fatores que se relacionam e que impactam na vida dos indivíduos que sofrem com dor lombar.

E a CIF, que é a Classificação Internacional de Funcionalidade, Saúde e Incapacidade da Organização Mundial da Saúde, permite fazer essa avaliação mais abrangente. Com isso, nós pudemos verificar outras condições que podem estar associadas com a dor do paciente: disfunção do sono, distúrbios emocionais, distúrbios sociais, limitação de mobilidade, da vida social, são fatores que impactam e geram um ciclo vicioso”, relatou a coordenadora da pesquisa, professora Marina Pegoraro Baroni.

O estudo chegou ao resultado de maior prevalência de disfunções de energia (76,6%), do sono (66%) e emocionais (76,6%) nas dores lombares, possibilitando um direcionamento de intervenções multidisciplinares para o tratamento.

“O estudo foi importante para nós avaliarmos e observar esses diversos fatores que se relacionam com a dor e possibilitar, então, a reflexão sobre o indivíduo em um aspecto biopsicossocial e melhorar o direcionamento das nossas intervenções multidisciplinares, com o encaminhamento desse paciente para outros profissionais de saúde, para que ele possa ter uma abordagem completa e realmente uma resolução do problema, de acompanhamento e automanejo, que ele consiga fazer esse autocontrole da dor, mostrando os caminhos e as estratégias terapêuticas possíveis”, diz Marina.

No âmbito da “Promoção, Prevenção e Vigilância em Saúde”, o trabalho de iniciação científica da acadêmica do segundo ano do curso de Fisioterapia, Lainy Franciely Lich, recebeu a menção honrosa. A pesquisa conta com a participação de mais dois acadêmicos do segundo ano e dois docentes do Defisio, membros do grupo de pesquisa Núcleo de Estudos em Fisioterapia.

A proposta é analisar o número de profissionais de fisioterapia por regiões brasileiras, antes e após o início da pandemia, por meio do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

“Com o surgimento da pandemia, houve um aumento de demanda pelo profissional fisioterapeuta, principalmente no ambiente hospitalar. O objetivo da pesquisa foi verificar o número de inscritos seis meses antes da pandemia, em cada estado brasileiro, e seis meses após o início da pandemia.

Com as análises realizadas, podemos observar que sim, houve um aumento por profissionais fisioterapeutas, que podem ser cadastrados nesse sistema em dez especialidades e a especialidade de fisioterapia respiratória foi a que teve mais destaque, condizendo com a realidade dos serviços na prática.

A gente espera que esse aumento de profissionais – que foram postos de trabalho que foram abertos, que esses postos possam se manter, porque a fisioterapia é essencial nas UPAs, no ambiente hospitalar, e a gente sabe que, muitas vezes, a quantidade de profissionais é escassa ainda nesses ambientes”, avaliou a orientadora do estudo, professora Cíntia Raquel Bim.

Para a docente, essa troca de experiências e o reconhecimento entre profissionais, órgãos do serviço público e instituições de ensino superior paranaenses é motivo de orgulho e incentivo.

“Esse congresso envolve todas as secretarias de saúde, os profissionais que atuam no SUS, nos serviços privados, acadêmicos para discutir as pesquisas relacionadas ao SUS no Paraná, na saúde pública e na saúde coletiva.

Então, uma acadêmica do segundo ano de Fisioterapia ter seu trabalho premiado, fruto da sua iniciação científica, é muito gratificante tanto para ela, quanto para a gente docente, e nos faz pensar que estamos no caminho certo, de incentivar esses alunos a realizarem pesquisas durante a graduação e conhecer mais de perto a realidade do mundo do trabalho”.