Instituto Virmond isola um andar interior para atendimento do coronavírus

Espaço conta com 29 leitos de enfermaria todos equipados para tratar pacientes com a covid-19

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a América Latina está prestes a experimentar o pico da pandemia do coronavírus. Em um comunicado, divulgado na última quarta-feira (22), a OMS afirma que essa é a hora em que os países da região, entre os quais o Brasil, devem aumentar a capacidade de detecção do vírus, além de insistirem no isolamento social.  De acordo com a agência, o epicentro da pandemia está se mudando da Europa para as Américas.

Sempre alerta ao comportamento da covid-19, o Instituto Virmos preparou, e separou, um andar inteiro, com 29 leitos equipados, para atender a possíveis pacientes que forem afetados pela doença. “Desde que começou essa onda de coronavírus, nós começamos a fazer as alterações, as adaptações para que possamos atender pacientes com insuficiência respiratória. A partir de então, todos os pacientes com insuficiência respiratória passam a ser tratados como pacientes covid “, explicou o diretor administrativo do instituto, Francisco Cogo.

Conforme o Instituto Virmond, os pacientes que chegam passam por uma triagem para separar os casos de coronavírus. Todos os cuidados, como explicou Francisco, são tomados com base em instrução de tratamento para covid-19. “Os [casos] mais leves são tratados, orientados e irão para casa. Os mais críticos serão internados e, de acordo com a necessidade, podem ir para a enfermaria ou para a UTI, dependendo da gravidade, do grau de insuficiência respiratória.”  

De acordo com o diretor, por conta de um possível aumento no número de pacientes com casos graves de coronavírus, os leitos de UTI do hospital passaram de um para oito. “Ainda não há nenhum paciente com covid-19. Todos que entraram com suspeitas deram negativos exames e foram tratados como pneumonia ou outra situação e foram liberados”, declarou Francisco.

Os leitos de UTI passaram de um para oito (Foto: Cristiane Bialuz)

Para Francisco, a instituição está preparada, dentro da sua capacidade, para atender pacientes covid. Porém, se o pico da pandemia atingir um número maior de vítimas, o instituto tem como ampliar o atendimento. “Com 29 leitos de enfermaria e oito de UTI temos 37 leitos. Temos condição de aumentar, mas não temos equipamentos necessários, como monitores multiparâmetros e respiradores. Então, se o Estado conseguir e repassar para o hospital, nós podemos abrir mais uns 10 ou 20 leitos para atender esses pacientes”, ponderou o diretor.

Além da possível falta de equipamentos, outro problema, enfrentado pela direção do hospital, é com as máscaras: estoque e preço alto. “O consumo de máscaras é muito grande, pois elas precisam ser trocadas a todo instante, e, por isso, precisamos ter no estoque. O preço também aumento muito. Nós pagávamos numa [unidade], em média, R$ 1, agora, pagamos, pra pronta entrega, cerca de R$ 5,90 cada uma” detalhou o diretor que afirmou que até são feitas compras por preços mais razoáveis, entretanto, o prazo de entrega é de, aproximadamente, 20 dias. “Nós até compramos máscaras por um bom preço, mas, enquanto elas não chegam, temos que usar as mais caras. Gastamos cerca de R$ 1000, por dia, em máscaras, mas não tem outro jeito, precisamos ter o produto em mãos para os atendimentos”, acrescentou.

Francisco também revelou a falta de outro item fundamental para os profissionais de saúde. “Necessitamos demais de avental impermeável para proteger médicos e enfermeiros das gotículas de saliva dos pacientes com covid. Estamos com nossas costureiras e outras costureiras da cidade confeccionando, mas a produção é lenta.

Diante disso, a colaboração da população com doações se faz necessária para os atendimentos do coronavírus. Francisco comentou que essas parcerias são sempre bem vindas, bem como o apoio de lideranças políticas. “O Artagão tem nos ajudado bastante. Ele e seus assessores sempre busca ajuda, ele se disponibiliza imediatamente para atuar em prol do hospital”, comentou Francisco.

O administrador fez questão de reforçar que, para uma instituição que atende 93% de pacientes do SUS, as doações são fundamentais em todas as épocas do ano, principalmente agora. “A gente tem uma conta bancária, divulgada no nosso site e no Facebook, onde as pessoas podem fazer os depósitos. Mas, a gente prefere que as pessoas tragam materiais, como tecidos para fazer pijamas, lençóis e aventais, devido a questão da prestação de contas. As pessoas vêm, fazem a doação e recebem um recibo. Está feita a prestação de contas”, finalizou Cogo.