Oposição cobra transparência da Alep após deputado se tornar réu por corrupção, tráfico de influência e associação criminosa

Ricardo Arruda é acusado pelo Ministério Público de receber cerca de R$ 500 mil em propinas usando a estrutura do mandato na Assembleia Legislativa do Paraná

A Bancada de Oposição da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) protocolou um requerimento cobrando que a Mesa Diretora da Casa adote providências para garantir total transparência no tratamento da denúncia criminal aceita pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) contra o deputado Ricardo Arruda (PL). O documento foi protocolado na segunda-feira (12).

De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), Arruda é acusado de chefiar um esquema criminoso que envolvia o recebimento de propinas para favorecer interesses junto à administração pública estadual e ao Judiciário, entre os anos de 2016 e 2017. A denúncia aponta que o parlamentar se valia do “prestígio de deputado estadual” para conferir credibilidade a atos ilícitos, contando com a atuação de assessores na captação de interessados em pagar por sua influência. Os valores somam cerca de R$ 500 mil, pagos por policiais militares e empresários.

Com a denúncia aceita pelo TJ-PR, o deputado bolsonarista se tornou réu por desvio de dinheiro público, tráfico de influência e associação criminosa. A comunicação oficial do Tribunal foi lida em Plenário e registrada em ata na sessão do dia 5 de maio. Diante da gravidade do caso, a Bancada de Oposição cobra que o documento de comunicação do TJ-PR para a Alep e que todos os passos desse procedimentos sejam divulgados, com a sua publicação no site institucional da Casa, conforme prevê o Regimento Interno (Art. 154), garantindo à sociedade paranaense o acesso às informações.

O requerimento é assinado por todos os parlamentares da Bancada de Oposição, composta pelos deputados Arilson Chiorato (PT), Ana Júlia (PT), Dr. Antenor (PT), Goura (PT), Luciana Rafagnin (PT), Professor Lemos (PT), Renato Freitas (PT) e Requião Filho.

Comportamento reincidente exige resposta institucional
Além das denúncias criminais, o deputado também tem repetido atitudes de desrespeito no plenário da Alep. Na última segunda-feira (12), durante sessão, Ricardo Arruda voltou a atacar deputadas mulheres com falas misóginas e agressivas, especialmente a deputada Ana Júlia, alvo frequente de suas investidas. Na mesma ocasião, o parlamentar também fez ataques à ministra Gleisi Hoffmann (PT), em um tom ofensivo e incompatível com o decoro parlamentar.

Diante da gravidade e da reincidência desses ataques, a Bancada de Oposição divulgou uma nota de repúdio, cobrando providências imediatas da Mesa Diretora e dos órgãos competentes.

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