Morte de policial aponta para precariedade do sistema

Foto: Perfil pessoal

A classe policial está de luto, com a morte trágica do investigador Edenilson Soares Batista, da 14ª Subdivisão Policial (SDP), de Guarapuava, que ocorreu na noite de sábado (23), por volta das 23hs. O fato teria ocorrido após o policial ter praticado um disparo de arma de fogo contra a sua própria cabeça, sendo encaminhado ao socorro médico ainda com vida, mas faleceu após não resistir os ferimentos. Segundo informações extraoficiais, Edenilson não fazia tratamentos de depressão, mas teria apresentado comportamento emocional instável nos últimos dias. Ele que morava com a mãe no bairro Santana, em Guarapuava. Um policial que pediu a reportagem o seu anonimato disse que a pressão diária, a falta de estrutura básica e os baixos salários tem mexido com o emocional de muitos profissionais. O policial disse que conhece muitos colegas que estão em tratamento médico, com sobrecarga emocional. Outro fator que tem assombrado a classe são os constantes inquéritos policiais e audiências nas justiça, onde na maioria das vezes o policial precisa encarar de frente, familiares e pessoas que foram detidas por prática atos ilícitos. Ou até mesmo nas delegacias onde o cidadão deixa delegacia horas após ter praticado um crime ou atos ilícitos. Em função da fragilidade do Código de Leis Penal e Criminal.

São Paulo registra os maiores índices de mortes

Nas regiões do Centro-Sul e Oeste já são oito casos de mortes de policiais que cometeram suicídio desde 2014. Em entrevista ao Portal R7, o ouvidor de polícia Paulista, Coronel Benedito Mariano fez um levantamento, que mostram que em 2018 houve 35 casos de suicídio entre policiais, número 84% maior do que em 2017. Ele acredita que a maioria absoluta é praça, ou seja, os policiais militares que, hierarquicamente, ocupam os cargos mais baixos, de soldados e cabos.  Dados apontaram que ano de 2018 teve 35 casos de suicídios cometidos por policiais militares do Estado de São Paulo, superando em 84% o número do ano anterior. Esses são os dados levantados pela Ouvidoria de Polícia de São Paulo. Tanto em São Paulo, como no Paraná as policias Civil e Militar não comentam o assunto e não divulgam dados.