Refugiadas ucranianas têm cursos de Boas Práticas em Guarapuava

A iniciativa teve por objetivo capacitá-las e apoiá-las na fabricação de alimentos, além de orientá-las sobre o cumprimento das legislações sanitárias vigentes da ANVISA

Na terça-feira (23), a Agência do Empreendedor, por meio do Programa EMPRIME, em parceria com o SEBRAE, realizaram uma edição exclusiva do curso “Boas Práticas de Fabricação de Alimentos”. Desta vez, a formação foi direcionada às mulheres ucranianas que estão refugiadas em Guarapuava desde fevereiro. A iniciativa teve por objetivo capacitá-las e apoiá-las na fabricação de alimentos, além de orientá-las sobre o cumprimento das legislações sanitárias vigentes da ANVISA, além de normas e diretrizes, com o ministrante, Vinicius Silva.

O curso de Boas Práticas de manipulação de alimentos é destinado aos empreendedores deste setor em Guarapuava, com o intuito de ajudá-los a entender as questões relacionadas à segurança alimentar. De acordo com a diretora da Agência do Empreendedor, Valesca Borchardt Knopp, o grupo de ucranianas demonstrou interesse em participar do curso, uma vez que estão realizando o preparo de diversos produtos típicos ucranianos e comercializando, como forma de subsidiar suas despesas.”Essa turma foi formatada para atender às necessidades deste grupo. A Agência do Empreendedor cumpre com sua missão, proporcionando capacitação e desenvolvimento aos empreendedores e futuros empreendedores locais, fomentando a geração de renda e a economia do município”, destaca a diretora.

A voluntária da Rede de Apoio às Ucranianas Refugiadas, Claudia Conte, pontua que as mulheres iniciaram a produção de alimentos típicos da Ucrânia, de forma artesanal, como bolos, tortas e massas, dentre as iguarias, o famoso Medovick. Tamanha foi a aceitação dos produtos, que elas tiveram a oportunidade de ingressar na Feira Agroecológica da Unicentro e outras feiras gastronômicas da cidade, como a Festa das Cerejeiras, a Feira da Mulher, e a Feira do Folclore.

“Todo esse apoio denota a importância dessa acolhida para que se tornem membros de nossa sociedade, a fim de interagirem de forma efetiva, inclusive no contexto econômico. Contudo, já munidas de documentação para estrangeiros, se fez possível e necessário a parceria com o SEBRAE, para não apenas ter conhecimento das diretrizes e normas regulamentadas na fabricação de alimentos, mas sim empregar as Boas Práticas de Fabricação (BPF) mesmo que em produtos artesanais. Desta forma, estão cada vez mais aptas a permanecerem atuantes, tendo maior autonomia econômica e integralizadas em nossa sociedade Guarapuavana”, salientou Claudia Conte.

Na ocasião, as participantes puderam conhecer os aspectos referentes às boas práticas de manipulação de alimentos, além de aprenderem sobre higienização de instalações, equipamentos, móveis e utensílios; o manejo de resíduos; documentação e registro; matérias-primas, ingredientes e embalagens. “O curso está sendo muito importante para cada uma de nós aqui, não apenas para entendermos como devem ser fabricados alguns alimentos, mas para que saibamos oferecer comida mais segura e saudável para os nossos clientes. Estamos gratas por este curso, porque dessa forma, faremos um bom trabalho em Guarapuava, que foi uma cidade que nos acolheu muito bem, e faz com que hoje possamos nos sentir parte dela”, destaca a ucraniana Olga Martynchuk.

Para o engenheiro de alimentos, Vinicius Silva, esse momento está sendo uma experiência única, pois se trata de uma inclusão muito importante para as refugiadas, de modo que as favoreçam numa reconstrução da vida no Brasil. “Eu nunca pensei em passar por uma situação como essa de estar falando para estrangeiras e, principalmente, nessa situação, com refugiadas de uma guerra, onde elas estão precisando de orientação técnica para desenvolver uma vida nova aqui no País. É muito bonito ver o que a Agência do Trabalhador e o SEBRAE estão proporcionando para cada uma delas, com muito apoio, empatia e promovendo oportunidades”, destaca o engenheiro.

A formação contou com a presença da intérprete tradutora Miriam Castro, da Igreja Evangélica Comunidade Vida.