Unicentro promove reflexão sobre o ser mulher por meio da arte

Exposição Mulheridades: Enlaces Poéticos, que reúne artistas de diferentes áreas, vai até o dia 30 de outubro

A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) recebe a exposição Mulheridades: Enlaces Poéticos, que reúne artistas de diferentes áreas para refletir, por meio da arte, sobre as múltiplas experiências do ser mulher. A mostra é realizada no Centro de Exposições da Unicentro, no Câmpus Santa Cruz.

A iniciativa nasceu de uma troca criativa entre a coordenadora do projeto, Érica Dias Gomes, e outra artista, a partir do diálogo entre poesia e imagem. “A partir de uma poesia minha, ela criou uma imagem, e pensamos: por que não transformar isso em um projeto?”, explicou Érica.

Ao todo, 15 artistas integram o grupo, que construiu suas obras em um processo colaborativo. Cada participante recebia uma obra anterior e criava a sua a partir dela, em um fluxo contínuo de trocas e inspirações. “Você recebe a arte de uma, vê o que aquilo te diz e cria algo novo para passar para outra. É um processo de afeto e criação coletiva”, afirmou a coordenadora.

As obras exploram diversas linguagens entre: poesia, pintura, escultura, bordado, desenho e fotografia, e giram em torno das vivências e percepções do que é ser mulher. Os trabalhos abordam temas que vão da gestação à corporeidade, das opressões à resistência diária. “São questões que voltam em várias obras, como o coração, o útero e as redes de sororidade”, completou Érica.

Entre as participantes está a artista Djankaw Kilombola, que criou uma obra inspirada na criação de outra colega. O trabalho aborda o processo de transformação e ressignificação das mulheridades e a conexão entre a mulher, a natureza e o território. “Minha obra fala sobre essas mulheridades que vivem em conexão com a terra e com tudo o que as cerca”, contou Djankaw.

Além da obra visual, a artista apresentou a performance “Trans-Germinações da Corpa Memória”, criada como um desdobramento poético de sua produção.

“A performance aborda os sussurros de memórias de mulheres silenciadas, desde a travessia do Atlântico até o pós-escravidão, e as violências que mulheres indígenas, quilombolas e trans ainda enfrentam. Mas é também um gesto de cura e de ressignificação, uma forma de transformar essas dores em potência e poesia”, explicou a artista.

A exposição também se propõe a ser um espaço de encontro e escuta. Para Érica, a importância do evento vai além da troca entre as artistas, o objetivo também é alcançar o público que terá contato com as obras. “Que as pessoas reflitam sobre essas redes que nos tornam humanas e sobre como nossas vivências pessoais se tornam coletivas quando são compartilhadas. Isso é o que mais enriquece o projeto”, finalizou a coordenadora.

A exposição segue até do dia 30 de outubro.

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