SOS: cuidando da vida até o seu fim

Neste ano o SOS de Guarapuava, comemora seus 50 anos. Para conhecer um pouco mais sobre essa história e, também, fazer parte dela a equipe do Jornal Extra foi visitar a entidade e te conta um pouco mais sobre

Fundado em outubro de 1966, o SOS Airton Haenich, nasceu de uma vontade da comunidade guarapuavana e do primeiro bispo da Diocese, Dom Frederico. Inicialmente, tinha o objetivo de combater a mendicância local e também dar apoio a comunidade em questões legais, como agência do trabalho, auxílio na retirada de Carteira de Trabalho, identificação pessoal, etc.

A primeira sede do SOS ficava onde, hoje, é a Escola Municipal Cebula. Lá começaram os primeiros atendimentos e acolhimentos a idosos desabrigados, outra ação da época era a doação de cestas básicas para famílias carentes. Por conta de renda, as ações começaram a diminuir e por decisão da diretoria o SOS passou a ser só centro de acolhimento para idosos.

“Quando o SOS mudou para atual sede aumentou a procura de vagas e então foi se tornando financeiramente impossível manter a entidade e as cestas, e mesmo que chegou pra gente que muita gente trocava o alimento por cigarros e bebidas. então com muito estudo e toda a diretoria decidiu que ia se dedicar somente a instituição de acolhimento para idosos e uma que estava aumentando a procura por vagas, e não teria como manter as duas”, explicou o coordenador do SOS, Leônidas Marcondes Ribas, que é voluntário na instituição desde 1975.

Atividades

Hoje, o SOS, é uma instituição de longa permanência que trabalha em tempo integral. Com capacidade para atender 40 idosos, atende 36 entre homens e mulheres. “O idoso recebe todo atendimento. A rotina pela manhã é o banho, depois o café da manhã, o exercício, lanche, almoço, repouso, fisioterapeuta, depois a tarde tem o chimarrão, lanche, jantar, higiene pessoal e o acolhimento, o repouso”, conta Leônidas.

A média de idade entre os idosos é de 77 anos. O homem mais velho com 85 e a mulher 98. Segundo o coordenador, a maioria dos moradores está lá a bastante tempo e poucos são os que saem para voltar para a família ou para casa. “Normalmente entram aqui e só saem quando falecem, poucos são os casos dos que saem, até porque quando vem já estão fragilizados”.

Equipe

Hoje a instituição conta com 14 funcionários, mais três irmãs que moram no SOS. “Começamos às 7h da manhã até às 19h30, 365 dias por ano, não existe domingos, nem feriados. Os funcionários que trabalham domingo tem a folga na semana e as recompensas legais”, afirmou o coordenador.

AS IRMÃS DA SAGRADA FAMÍLIA – A congregação trabalha no SOS desde a sua criação e dedicam 100% de seu tempo com a instituição. Segundo a Irmã Soeli, que está aqui já há seis anos, a responsabilidade das irmãs é a coordenação da casa e a dedicação integral ao trabalho com os idosos e os cuidados com a casa. ” Mas a nossa maior função é a nossa presença, acompanhamos os vôzinhos até a morte”, contou.

Recursos

A despesa mensal da instituição é de cerca de R$45 a R$50 mil, sem contar gastos com estrutura e reformas. Só na lavanderia são mais de R$8mil, para lavar, aproximadamente, 3mil/kg de roupas por mês.

Segundo o coordenador da casa, parte da renda vem da prefeitura, assim como o pagamento de enfermeira e fisioterapeuta. Além desse auxílio, os idosos que recebem aposentadoria, deixam, assegurados pelo Estatuto do Idoso, 70% dela em função de despesas do SOS, os outros 30% são depositados em poupanças pessoais para gastos particulares ou remédios que não se tem na rede pública. Porém, segundo Leônidas, ainda não é o suficiente, por isso são realizados bazares de roupas e promoções como jantares. “Contamos com a generosidade da comunidade de Guarapuava que nos ajuda a manter a entidade. porque se fosse com o que a prefeitura oferece e o dinheiro dos idosos, já teríamos fechado há muito tempo”.

Os bazares são feitos todas as segundas e quartas-feiras, das 13 às 16h30.

Como ajudar

Além de contar com o voluntariado da comunidade para atividades como, cortar cabelo, fazer as unhas, passar roupas, ajudar na jardinagem e recreação com os idosos, a população pode ajudar com doações em mantimentos e em dinheiro.

“É bastante variável sempre pedimos para a população que querem fazer a sua doação, quando forem fazer, liguem pra gente e falem com uma das irmãs, pra ver o que está precisando no momento. Tudo o que vier vai ser utilizado, mas sempre damos preferência para as necessidades do momento”, ressaltou o coordenador.

Para entrar em contato com o SOS, basta ir até a instituição ou ligar no (42) 3623-8172.

Idoso para acolhimento

Todo o encaminhamento para preencher as vagas é realizado pelo Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), seguindo o Estatuto do Idoso. “Com o pedido encaminhamos ao Creas, se constatado que se enquadra nas normas e há necessidade de acolhimento, elas fazem relatórios e encaminham para promotoria, eles examinam e dão o parecer, se convém faz o internamento”, relatou Leônidas. Para ser acolhido o idoso deve ter 60 anos ou mais.