Má conservação das calçadas ou a falta delas geram um grave problema para os pedestres

Além da questão estética, o perigo em ter que andar pela rua é companhia constante

Por onde quer que se ande é fácil perceber, em muitos lugares, a falta de calçamento ou suas construções fora dos padrões e mal acabadas, ou, até mesmo, tomadas pelo mato. Calçadas irregulares, desniveladas, com entulhos e até destruídas dificultam a travessia de pedestres em todos os bairros de Guarapuava, nas regiões periféricas e até central. Bastam alguns passos, de caminhada muitas vezes no meio da rua, pela cidade que a dificuldade de locomoção logo aparece. O desejo de ir e vir, literalmente, comprometido.

Com isso, as pessoas com mobilidade reduzida ou temporária, como cadeirantes, deficientes físicos, idosos e outros, são as que mais sofrem na hora de andar pela cidade. Tem calçada que atrapalha. Acredito que deva existir um padrão e que as calçadas devem ser feitas obedecendo a lei. Com certeza quem mais sofre é o deficiente e o idoso, avaliou a professora aposentada, 75 anos, Rita Santos.

Para comerciantes, próximos da Avenida Manoel Ribas, o problema mais comum é o lixo. As pessoas colocam lixo e entulho tudo em cima das calçadas. Isso atrapalha a caminhada de qualquer pessoa, que tem que usar o asfalto para continuar andando. Agora, imagina quem é cego ou depende de uma cadeira de rodas, o trabalho é pior, avalia.

Secretaria de Urbanismo – Segundo o secretário de Urbanismo, Flávio Alexandre, a calçada é responsabilidade do proprietário, porém, existe uma cartilha que orienta como construir. Toda e qualquer obra nova, pública ou privada, é feita no padrão da lei que nós fizemos. A antiga lei do Código de Posturas do Município, de 2004, dizia que o proprietário era responsável pela construção de sua calçada. O problema era que cada um fez a calçada do seu jeito. Nós fizemos uma cartilha (disponível no site da prefeitura), que está dentro da lei do código de obras, que mostra como é que uma calçada deve ser feita.

Ainda segundo o secretário, toda e qualquer construção, pública ou privada, tem que ter o planejamento de acessibilidade, bem como qualquer pavimentação. Pra mostrar pra população que estamos trabalhando, fizemos 12 km de calçadas do projeto Rotas Acessíveis para mostrar com uma calçada deve ser feita, disse o secretário.

Flávio Alexandre, que, por meio da secretaria, está fazendo um diagnóstico das calçadas para resolver o problema de vez, a situação das calçadas está péssima. Eu preciso do diagnóstico para chegar para a população e falar tua calçada está inadequada, então eu vou te notificar, ressalta. Para Flávio, só com plano de mobilidade é capaz de colocar todas as calçadas em conformidade com a lei e com toda acessibilidade possível.

Plano de Mobilidade – O Plano de Mobilidade, que, de acordo com Flávio, até setembro estará aprovado, será feito primeiro no Centro e nas ligações de bairros, será uma análise ampla das construções existentes. Com este diagnóstico, eu vou ter um análise dessas calçadas para poder notificar o proprietário. Provavelmente a partir de outubro eu vou ta conseguindo notificar todos esses proprietários. Já estou preparando o pessoal da fiscalização de obras, como fazer, estou treinando dois fiscais pra gente estar trabalhando com isso daí. A partir de outubro estaremos notificando [todas as calçadas irregulares].

Ainda de acordo com Flávio, todas as ruas do Centro já foram diagnosticadas. Estamos dando pontuação para as calçadas, para estabelecermos as prioridades. Começamos com o anel central da Quintino Bocaíuva e vamos até a Avenida Manoel Ribas, da Moacir Júlio Silvestri até a rua 17 de julho. Todas as calçadas já foram analisadas de todas as ruas do centro da cidade.

(Foto: Luca Soares/Extra Guarapuava) Para o secretário, a situação das calçadas está péssima