Brigas entre alunos são o reflexo da queda na qualidade de ensino

Foto ilustrativa

A central jornalismo recebeu na última semana dois vídeos com brigas de rua envolvendo alunas de colégios estaduais de Guarapuava. As cenas de violências deixaram pais e moradores assustados. Os registros aconteceram próximo ao Colégio Rui Barboza, no bairro Santana e do Colégio, Ana Vanda Bassara, no Trianon. O setor de comunicação do Batalhão de Patrulha Escolar (BPEB), do 16º BPM informou que as ocorrências têm acontecido nas dependências escolares, onde geralmente uma viatura de apoio é solicitada, com a convocação e a intermediação com os pais. Segundo a nota, quando o desentendimento tem início dentro do pátio das escolas e acaba indo para na rua, as consequências são mais graves, por isso a necessidade das pessoas além de filmarem o ocorrido também acionarem a polícia via telefone 190. A Patrulha Escolar tem um programa de Educação do Trânsito para alunos do ensino médio, onde são trabalhadas também as questões de brigas de ruas e drogas. Policiais militares disseram à reportagem que a maioria das ocorrências envolvendo brigas entre alunos está no público feminino. A Patrulha atua com monitoramento escolar das 7 horas da manhã até as 23hs.

Ensino sofre queda de qualidade

O Jornal Correio Braziliense divulgou na última semana uma pesquisa mostrando o cenário das escolas públicas no país, que é administrado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).  O chamado Censo Escolar da Educação Básica. A pesquisa anual foi feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é feita para monitorar, avaliar e elaborar políticas públicas educacionais no país. O Brasil conta com 184,1 mil escolas, das quais, 112,9 mil, o que equivale a dois terços é de responsabilidade municipal.  Deste total, 21,7% são particulares. 116 mil instituições de ensino oferecem ensino fundamental. O ensino médio é oferecido em 28,5 mil instituições de ensino que atendem 7,9 milhões de matriculados, dos quais 7,9% têm atividades em tempo integral. Já no ensino fundamental, que tem 48,6 milhões de matriculados, a taxa de alunos em período integral é de 13,9%.

Reprovação gera conflitos

Dados do Inep apontam que muitos alunos estão na escola, mas na idade escolar errada. Em decorrência de reprovação pela alta taxa de abandono escolar, principalmente após o ensino fundamental. A ministra da Educação, Maria Helena de Castro disse que um dos problemas que devem ser analisados é o alto índice de jovens inativos, ou seja, aqueles que não trabalham nem estudam. “Chama a atenção pela quantidade. Por isso que o MEC colocou na sua prioridade de agenda a reforma do ensino médio, uma série de ações e a base curricular”, explanou a ministra.

Para a presidente do INEP, Maria Inês Fini, há uma cultura de reprovação na sociedade. E isso faz o aluno ficar ainda mais desmotivado e abandonar o colégio. “É uma crença de que a reprovação agrega conhecimento. E é o contrário. Temos uma difusão da ideia de que a escola boa é a escola que reprova, mas não. Escola boa é aquela que ensina todos os alunos diferentes, na idade prevista, aquilo que eles têm que aprender”, disse Fini.  De acordo com a presidente do Inep, a aprovação revela a trajetória de sucesso dos alunos. E a reprovação aponta a necessidade de renovar os caminhos, completou. A pesquisa também mostrou que entre as escolas do ensino fundamental, o número de matrículas caiu nos últimos anos.

Mulheres são a maioria de educadores

Mais de 2,2 milhões de professores dão aulas na educação básica brasileira e a grande maioria é formada por mulheres. Cerca de 80% dos docentes são do sexo feminino, sendo que destas, mais da metade possui 40 anos de idade ou mais.

 

Entre os números das estatísticas do Inep, o percentual de professores com formação mais adequada para língua estrangeira nas turmas dos anos iniciais do fundamental foi o mais baixo entre todas as disciplinas: apenas 42% estão devidamente preparados.

O melhor resultado do indicador é para educação física (69,8%).

Para os anos finais do ensino fundamental, o Indicador de Adequação da Formação Docente demonstrou que o pior resultado se dá para a disciplina de artes, já que apenas 31,5% dos docentes possuem a formação adequada para ensinar a matéria. O melhor resultado é observado em língua portuguesa: 62,5% dos dos professores possuem a formação mais adequada.

No ensino médio, a maior carência no indicador está em sociologia, em que apenas 27,1% têm a formação necessária. Os melhores resultados do indicador de formação são observados para as disciplinas biologia, língua portuguesa, educação física, matemática e geografia, com percentuais acima de 70%.

FONTE: MEC/Correio Braziliense

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