Imprevisibilidade

Desde sempre, o esporte fez parte do cotidiano da humanidade. Desde os tempos mais primórdios, mesmo sem saber, os homens já desenvolviam alguns tipos de competições. Seja para a sobreviência, seja para pura diversão. O fato é que, com o passar dos milênios, sempre queremos saber quem é o hábil ou como podemos nos tornar mais competitivos. Aos vencedores, os louros da glória e aos perdedores o triste ostracismo. O fato é que, seja em uma Copa do Mundo, ou seja no mais simples jogo de peteca, sempre buscamos a vitória e isso se reflete em vários aspectos de nossas vidas.
São vários os motivos para sermos tão competitivos e para a competição chamar tanto a atenção das pessoas. Já que, com o passar dos anos, criou-se o conceito de espectador. Não queremos só vencer, mas também queremos saber quem são os vencedores. Ou seja, só o fato que querer saber, já sugere um item fundamental para que o esporte seja tão apaixonante: a imprevisibilidade.
É claro que o favoritismo existe, em maior ou menor proporção, em qualquer tipo de disputa. Mas se sempre houvesse 100% de certeza de quem iria vencer, o interesse simplesmente deixaria de existir. Sempre que surge um novo caso de “Davi vs Golias” a tendência é que torçamos para que o favoritismo caia por terra e o fraco supere o forte. Resumindo: não saber quem vai vencer é fundamental para o esporte.
No último final de semana, o Campeonato Paranaense de Futebol brindou os amantes do esporte com mais uma boa dose de imprevisibilidade, quando o Operário Ferroviário, de Ponta Grossa, se sagrou campeão estadual, goleando o Coritiba por três a zero, em pleno estádio Couto Pereira. Vale lembrar que no ano passado, Londrina e Maringá também fizeram uma final histórica, sem nenhuma equipe da capital na decisão.
No futsal também tivemos alguns resultados inesperados. O Guarapuava Futsal, por exemplo, que tinha perdido do Umuarama por 5×4, após estar vencendo por 4×0, superou a forte equipe da Intelli, em Orlândia-SP, quebrando um tabu de quase dois anos sem vencer fora de casa pela Liga Nacional de Futsal. Neste caso, um dia foi da caça e outro do caçador, derrubando as “Mães Dinás” de plantão e demonstrando que esta equipe guarapuavana ainda tem muita lenha para queimar até o final da temporada.
Quem sabe esta imprevisibilidade não ajuda o time de Guarapuava até o final da competição? Seria uma façanha inédita para o futsal paranaense que, até hoje, não viu nenhum clube ser campeão da principal competição do salonismo nacional. O caminho é longo e ainda há muita coisa para acontecer, mas no mundo do esporte, onde o imprevisto é sempre esperado, nada pode ser encarado como impossível.