Projeto da Unicentro oferece novo olhar para o tratamento da dor crônica

A universidade desenvolve, desde 2022, o Programa EducaDor, voltado à população atendida pelo Sistema Único de Saúde

A dor crônica é uma realidade que atinge milhões de brasileiros e compromete significativamente a qualidade de vida, especialmente quando há pouco acesso a informações e cuidados adequados. Para transformar esse cenário, a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) desenvolve, desde 2022, o Programa EducaDor, voltado à população atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A iniciativa tem como foco a educação em saúde e o autogerenciamento da dor crônica, oferecendo aos participantes um espaço de escuta, acolhimento e aprendizado. Os encontros abordam desde a neurofisiologia da dor até estratégias práticas de enfrentamento, como exercícios, práticas de respiração, meditação, higiene do sono, dentre outras mudanças de hábitos que contribuem para o controle da dor.

De forma didática e acessível, profissionais e estudantes da área da saúde explicam como o cérebro interpreta a dor, os fatores que podem agravá-la — como estresse, sedentarismo e pensamentos negativos — e o papel ativo que cada pessoa pode desempenhar no seu cuidado. Mais do que informar, o programa se propõe a ouvir histórias e acolher vivências, reconhecendo que a dor que se sente, não é apenas física: ela também afeta o emocional, o social e o cotidiano de quem convive com dor.

O EducaDor vai além de repassar conteúdos técnicos. Ele promove um encontro real entre saber científico e experiência vivida. Para Vitória Krause, estudante de Fisioterapia e integrante da equipe do projeto, o envolvimento tem sido também uma experiência de formação humana.

“Fazer parte do EducaDor me ensina todos os dias que, como profissional de saúde, é necessário acolher com empatia e cuidar com humanidade, diante da história e da realidade de cada indivíduo. É gratificante ouvir os relatos dos pacientes, ressignificando sua dor e melhorando sua qualidade de vida”, afirmou.

Coordenado pela professora Marina Pegoraro Baroni, o projeto de extensão foi integrado à agenda eletrônica da Atenção Primária à Saúde de Guarapuava, permitindo que os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) encaminhem diretamente usuários com dor crônica para participar do programa.

O acompanhamento ocorre ao longo de dez semanas, com encontros online que podem ser realizados de forma síncrona (ao vivo) ou assíncrona, por meio de vídeos, videochamadas e um e-book interativo, em grupos de WhatsApp. Além disso, o programa está atualmente desenvolvendo um aplicativo e site próprio, ampliando o acesso ao conteúdo educativo.

Parcerias – O sucesso do EducaDor também é resultado de parcerias interinstitucionais, nacionais e internacionais, que garantem apoio técnico, metodológico e financeiro. Entre os parceiros estão a Prefeitura de Guarapuava, a Secretaria de Saúde de Guarapuava, o Programa de Mestrado e Doutorado da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação Araucária, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), o Programa de Pesquisa para o SUS: Saúde compartilhada (PPSUS), Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde do IFRJ e The 2023 IASP Developing Countries Grant.

Deixe um comentário