Gestores públicos debatem futuro do Centro de Especialidades Médicas e Hospital Regional

Governo do Estado diz não ter uma data para que as unidades de Saúde entrem em funcionamento, Hospital Regional poderá ter obras suspensas casos não haja repasse de recursos

Uma Audiência Pública promovida pela Câmara de Vereadores de Guarapuava na manhã de ontem, quinta-feira (30) debateu o futuro do Hospital Regional e Centro de Especialidades Médicas. O evento contou com a presença de representantes do governo do Estado, gestores públicos e comunidade. Com quase 90% das obras concluídas o Hospital Regional poderá ter o andamento das obras suspensas nos próximos dias, caso o governo não venha repassar recursos via aditivos. Representantes da comunidade local e regional lamentaram a não participação no evento do secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, que enviou o Diretor Geral, Nestor Werner Junior. O deputado Artagão Junior, disse que com as dificuldades em fazer com que o Centro de Especialidades Médicas comece atender a população o deixa com sentimento de frustração. Se estamos aqui é porque estamos cumprindo com nosso papel de legislador, com as edificações que já se tornaram realidade. Agora o quem vem acontecendo nos deixa com a sensação que o sistema de Saúde de Guarapuava é um paciente em constante de estado febril e isso precisa ser conduzido de forma mais rápida e ágil para que a população não sofra tanto, frisou Artagão Junior.

   O Centro de Especialidades Médicas foi inaugurado em outubro de 2018, onde foram investidos R$ 13 milhões na obra e na compra de equipamentos. A unidade regional deverá ser administrada por um Consórcio Intergestores de Saúde da 5ª Região de Saúde, que abrange 20 cidades e cerca de 450 mil habitantes. Quando entrar em operação o centro oferecerá consultas, de oftalmologia, audiometria, mamografia, eletroencefalografia e endoscopia, e terá estrutura para cirurgias simples em 24 consultórios. Já no Hospital Regional com mais de 90% das obras concluídas, os investimentos já ultrapassam R$ 54,4 milhões. Projetado com 120 leitos, dos quais, 40 de Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

 

Do jeito que estão sendo conduzidas as questões do Hospital Regional e o Centro de Especialidades Médicas, o governo ainda está naquele velho ditado popular, do devo, não nego, pago quando puder, presidente da Câmara de Vereadores, João Napoleão

 

SEM PREVISÕES DE FUNCIONAMENTO 

  Falando aos presentes o Diretor Geral da Saúde no Estado, Nestor Werner Junior salientou que não existe neste governo nenhum sinal ou ideia que tanto o Hospital Regional, como o Centro não venha funcionar. Estamos fazendo projeções de custos operacionais e de onde sairá os recursos que vão manter a unidade de saúde. No passado se inaugurou obras que não estavam 100% concluídas, criando uma falsa expectativa na população, observou Nestor. De acordo com ele, na questão do centro vai depender de ajustes e regras a serem estabelecidas com os prefeitos. Ele observou que neste momento existe um déficit no setor de saúde que ultrapassam os R$ 300 milhões. Para as obras do hospital serem concluídas serão necessários aditivos de contratos, aditivos estes que foram questionados pela Procuradoria Geral do Estado (PGE). Ao mesmo tempo temos que construir junto com os representantes de entidade e gestores um plano de gestão para o hospital, que certamente terá um custo mensal em mais de R$ 6 milhões e isso precisa ser custeado num modelo de tripartida, envolvendo governo do Estado, Federal e prefeituras, reiterou. Nestor disse que não há um prazo para o cumprimento das reivindicações da comunidade local e regional. 

COMUNIDADE 

  O prefeito Cesar Silvestri Filho não esteve presente na Audiência Pública, foi representado pelo vice-prefeito, Itacir Vezzaro e o secretário de Saúde, Celso Góes.  Houve uma mudança de governo, o novo secretário de Saúde tem uma visão diferente do governo anterior nestas questões de saúde, nós estamos cobrando agilidade nesses processos. Não vamos aceitar que de nenhuma forma os interesses da população de Guarapuava sejam prejudicados, afirmou Cesar Filho. Atualmente o governo do Estado investe cerca de R$ 67 milhões/ano na destinação de recursos aos hospitais, São Vicente e Santa Tereza. Prestigiaram a audiência pública, prefeitos, secretários municipais de saúde, vereadores e representantes de entidades. Viviane Ribas representou a deputada estadual, Cristina Silvestri.