Em apenas oito meses, Paraná soma quase 70 mortes por dengue

Secretário estadual da Saúde diz que é preciso engajamento da população para evitar doença

Com mais 12 mortes em uma semana, o Paraná chega a 69 o número de vidas perdidas para a dengue, desde agosto do ano passado. No total, 177 municípios, ou seja, quase metade das cidades paranaenses, está em situação de epidemia, e outros 32 em estado de alerta. Dos 399 municípios do estado, somente 35 não registram nenhum caso da doença, conforme indica o boletim da secretaria estadual de Saúde (Sesa).

Diante desse quadro caótico, o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, diz que é preciso engajamento da população, por que “90% dos focos do Aedes aegypti estão nos domicílios”. Ele sugere “vistoria minuciosa nos quintais e em ambientes internos de residência, empresas e órgãos públicos” no período em que a população está em casa, por causa do isolamento social imposto pelo coronavírus. “O Estado tem promovido ações de remoção mecânica dos criadouros; já reproduzimos a atividade em 20 cidades que começaram a apresentar redução na curva de incidência”, acrescentou.

E o secretário está coberto de razão, haja vista que a maioria dos criadouros do mosquito aedes aegypti se encontra nas residências, e a as pessoas, na maioria das vezes, pouca coisa, (ou quase nada) fazem para impedir a proliferação da doença. Basta uma rápida volta pela cidade, como tem feito nossa reportagem, para encontrar vários objetos com água parada, dentro e fora das casas. Por exemplo, em pleno centro da cidade, nossa equipe encontrou dois pneus, irresponsavelmente, deixados na rua para servir de abrigo apara o mosquito.

Atualmente, segundo o último boletim divulgado pela Sesa, na terça-feira (31), existem 87.900 casos confirmados de dengue no Paraná. O número é 14,67% maior em relação ao último boletim, divulgado na semana passada. Além disso, há mais 204.807 notificações de dengue que estão sendo investigadas em 364 municípios.

Em nota, a secretaria municipal de Saúde disse que o trabalho vem sido mantido, com visitas periódicas a residências e comércios de Guarapuava. Diz, ainda, que, segundo normatização do Ministério da Saúde, em casas onde vivem pessoas com mais de 60 anos, os profissionais não estão autorizados a entrar.