Campanha de prevenção ao HIV para o Carnaval termina nesta sexta

Hoje, Guarapuava tem uma cobertura adequada de cem por cento para realizar o teste rápido

Nesta sexta-feira (17), termina a campanha de prevenção ao HIV do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), em parceria com a Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), que teve início na segunda-feira (13) para as festividades de Carnaval.

Durante essa semana, o SAE realizou diversas ações de prevenção ao HIV. Todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), assim como motéis, postos de gasolina e casas noturnas do município, receberam camisinhas para serem distribuídas gratuitamente para a população.

Em todas as unidades, os profissionais foram capacitados para realizar a testagem rápida contra o HIV. Hoje, Guarapuava tem uma cobertura adequada de cem por cento para realizar o teste rápido.

Em parceria com a Unicentro, foram realizadas lives com os temas: testagem rápida, uso correto de preservativos, pílula do dia seguinte, PEP e PREP. Também em parceria com a Unicentro, na quarta-feira (15), ocorreu o dia D com o “Carnaval Seguro”. Testagens rápidas e distribuição de preservativos foram realizados na Unidade Escola de Enfermagem do Cedeteg. Além disso, foi realizada a palestra sobre sexualidade e prevenção no CAPS Ad Guarapuava.

O SAE realiza, ainda, atendimento com a medicação para casos em que ocorreu o rompimento do preservativo ou o indivíduo não o utilizou, como explicou a enfermeira e coordenadora do órgão, Ângela Maria de Camargo.

“Existe a medicação da PEP. A PEP é usada na pós-exposição. Até setenta e duas horas (depois da exposição) ela tem uma ação que impede a soro conversão viral. Então, a pessoa vai tomar essa medicação nesse tempo de setenta e duas horas, por um período de vinte e oito dias e retorna para repetir os exames e se certificar se está com o vírus ou não”, explicou Ângela.

“Nós também dispomos de uma maneira muito bacana de prevenção que é a PREP, pré-exposição. Ela já tem acontecido há um ano aqui no SAE para pessoas que não têm HIV e que não desejam pegar, mas que têm múltiplos parceiros ou não conseguem negociar o uso da camisinha. Então, uma equipe multiprofissional faz o acompanhamento”, acrescentou.

A PREP é uma medicação de prevenção, não de tratamento. Ela é utilizada para que o organismo tenha uma proteção tanto na parte sanguínea como nas mucosas. Assim, diminuem os riscos de que o indivíduo adquira o vírus mesmo tendo relação que por algum motivo possa comprometer sua proteção.

É uma medicação de uso contínuo que deve ser utilizada sem intervalos. Foi criada para não ter interação medicamentosa, ou seja, mesmo o indivíduo utilizando outro tipo de medicação ou fazendo a ingestão de bebidas alcoólicas, sua fórmula continua surtindo efeito. O SAE já dispõe de casos em que a utilização da PREP se mostrou eficaz.

“Nós temos muitos pacientes que são soro discordantes. Onde um parceiro tem HIV e o outro não tem, e que já estão utilizando e a pessoa que não tem HIV ela realmente não se contamina graças a essa proteção”, destacou.

No período noturno, fins de semana e feriados, as três Urgências de Guarapuava (Trianon, Batel e Primavera) realizam esse tipo de testagem, prescrevem a medicação e ela é fornecida na UPA Batel. Também é fornecida no SAE em todo horário comercial e na Farmácia Central.

O uso correto do preservativo é outra questão importante que Ângela aponta para o conhecimento da população.

“Uma das coisas importantes que a gente precisa pensar e alertar todas as pessoas, é que preservativo tem tamanho. E muitas vezes elas não se atentam a isso. Existe, pela rede pública, o tamanho de quarenta e nove milímetros e cinquenta e dois milímetros. Então, dependendo do tamanho do pênis, deve ser dado essa camisinha de forma correta”, ressaltou.

A camisinha masculina, considerada pelas autoridades em saúde como “preservativo de uso externo”, deve ser observada pelo seu tamanho. Há casos em que a pessoa usa um preservativo menor em um pênis maior e ocorre o rompimento na hora da relação sexual.

Por outro lado, quando se usa um tamanho maior em um membro menor, ele pode sair durante o ato sexual e ficar retido na cavidade vaginal. Em ambas as situações, a pessoa pode se expor a riscos. Já a camisinha feminina, hoje chamada de preservativo de uso interno, pode ser usada por homens e mulheres na relação.

A distribuição de preservativos é gratuita e não possui restrição de quantidade. As camisinhas podem ser adquiridas em todas as Unidades Básicas de Saúde e no SAE.