Escolas públicas e privadas: crianças com seletividade alimentar podem levar lanches adequados em suas dietas
Proposta permite que estudantes diagnosticados com Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo levem de casa alimentos compatíveis com suas necessidades alimentares
Um projeto de lei (125/2023) aprovado nesta quarta-feira (8), na Assembleia Legislativa, determina que crianças com seletividade alimentar grave sejam mais acolhidas nas escolas públicas e privadas do Paraná. A proposta, de autoria dos deputados Luiz Fernando Guerra e Requião Filho, permite que estudantes diagnosticados com Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE) levem de casa alimentos compatíveis com suas necessidades alimentares, promovendo saúde, inclusão e dignidade no ambiente escolar.
O TARE é caracterizado por uma severa seletividade alimentar, que pode resultar em desnutrição, dificuldades de crescimento, transtornos de ansiedade e outras complicações físicas e emocionais. O projeto se aplica especialmente a alunos com a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA). Em sua justificativa, a medida aponta que entre 50% e 70% das crianças autistas enfrentam desafios alimentares semelhantes, gerando prejuízos à saúde e qualidade de vida das crianças.
“Hoje, vemos a necessidade de acolher a realidade desses estudantes, respeitando as crianças que possuem restrições alimentares significativas. Muitas delas passam horas sem se alimentar nas escolas, por não aceitarem os alimentos disponíveis. Essa lei é uma resposta concreta para garantir mais conforto, saúde e respeito a essas famílias”, destaca Requião Filho.
Inicialmente, o projeto alterava a Lei 14.855/2005, que define padrões nutricionais para cantinas escolares. Com uma emenda substitutiva geral aprovada em plenário, o texto passou a modificar o Código do Consumidor Paranaense (Lei nº 22.130/2024), fortalecendo a legalidade da medida.
Com a aprovação, o deputado Requião Filho reafirma seu compromisso com a defesa da educação pública de qualidade, inclusiva e humanizada. “Estamos legislando por um ambiente escolar que acolhe, que entende as individualidades e garante oportunidades de uma educação adequada para todas as crianças”, conclui.
Áudio: https://drive.google.com/file/d/1nki5WwSghcenZMpGfj1JGTfof6twgATh/view?usp=sharing