Dez perguntas para os possíveis candidatos a prefeito de Guarapuava
Elaboramos dez perguntas para serem feitas aos principais pré-candidatos à prefeitura de Guarapuava. Como se trata de pré-campanha, não falaremos de plataforma política, de propostas ou projetos, ou qualquer coisa do gênero. São dez perguntas simples, basicamente de cunho pessoal, para todos os pré-candidatos, para que a população conheça um pouco mais de cada um dos postulantes ao cargo máximo da administração municipal.
Extra Guarapuava traz, nesta edição, a entrevista com a pré-candidata Janaína Naumann, biomédica e professora universitária. Saiba um pouco mais sobre essa mulher, de fibra e coragem, que superou preconceitos e todo tipo de dificuldades para vencer na vida.
1 – Extra: Qual sua história de vida no que se refere à sua atuação social (relacionamento com a comunidade, em geral); quando e em que nível já esteve ou está dedicado a alguma ação de interesse público?
Janaína: Meu ativismo começou há mais de uma década, quando vim pra Guarapuava implantar o curso de Biomedicina. Sempre tive um grande envolvimento com a área de saúde, até porque eu sou graduada na área, sou biomédica e professora universitária. Então todos os meus projetos sempre foram muito relacionados a essas áreas, e também à questão das mulheres.
Trabalhei com muitas questões em relação à mulher, com movimento da mulher na política, para a mulher realmente ter liderança à frente de grupos. Fazer tudo isso simultaneamente, conciliar carreira com sua vida pessoal, é uma coisa muito importante. Sempre falo que não tem como separar sua vida pessoal da tua vida profissional.
2 – Extra: A honestidade em sua vida é inquestionável (direta ou indiretamente)?
Janaína: Faz parte da essência, do caráter de cada pessoa. Não existe uma pessoa meio honesta. Ou é, ou não é. Em todos os aspectos da vida a honestidade é fundamental. Não deve ser sequer questionada, pois deve fazer parte de todos os atos e atitudes do dia a dia.
3 – Extra: Quais são as principais linhas programáticas de seu partido, quais suas figuras públicas mais conhecidas e seus valores ético-políticos?
Janaína: As pautas de quem atua mais diretamente com a população são praticamente as mesmas. Os setores que merecem sempre mais atenção são saúde, educação e assistência social. Mas, ao longo dos anos, segurança pública, infraestrutura urbana, geração de emprego e renda e esportes, também passaram a fazer parte desse rol de prioridades. É a população que sabe o que precisa.
Guarapuava é uma cidade com grande extensão geográfica, e cada localidade ou bairro tem uma realidade diferente. Conhecer essa realidade e pautar os projetos para cada um é fundamental para que a população tenha uma melhor qualidade de vida. Tenho bom relacionamento com Brasília, tanto com entidades federais como com o Congresso.
Tenho grande respeito pelo deputado federal Aroldo Martins, que não mede esforços em destinar projetos para a população. No Paraná, tenho grandes amigos na Alep, que me apoiam nesse projeto, como o secretário de Planejamento, Valdemar Bernardo Jorge, e o deputado Alexandre Amaro. São pessoas que também estão trabalhando com uma visão diferenciada para a população paranaense, pautando suas atividades com base em um novo projeto político.
4 – Caso seja indicada, como pretende contribuir para superar os graves problemas da desigualdade social, da irresponsabilidade ambiental, das várias violências, dos preconceitos?
Janaína: O poder público tem papel fundamental em todas essas questões. As políticas públicas têm que ser eficientes e não apenas estratégias de marketing. Guarapuava é uma cidade que abrange etnias, crenças, religiões e pessoas de todas as raças. Vivemos numa cidade onde o preconceito e a desigualdade social são muito grandes. Todos os dias recebemos informações sobre todos os tipos de violência, contra a mulher, contra as crianças e a violência urbana.
Estas são questões históricas, e não existe uma fórmula milagrosa para solucionar isso. Mas o que pode, e deve ser posto em prática, são projetos eficientes, voltados para cada realidade. Cada questão dessas deve ser tratada com a devida responsabilidade que merece. Não existe um projeto padrão. As políticas devem ser elaboradas de acordo com a realidade de cada bairro, cada localidade. As questões humanas e sua nuances são o maior desafio do administrador público na atualidade.
5 – Extra: Como considera os servidores públicos, sem os quais não é possível administrar, e que relação pretende ter com eles, subordinada ao dever maior de sempre a servir à população?
Janaína: Os servidores são o grande pilar de toda a administração. Os prefeitos, secretários e cargos em comissão, são passageiros. Quem realmente conhece toda a engrenagem administrativa são os servidores efetivos. Valorizar, reconhecer, respeitar, dividir a responsabilidade do processo administrativo com todos eles é fundamental para uma boa gestão. Minha maneira de atuar é com diálogo e respeito, sempre. Todos, independente do cargo ou posição dentro da administração, têm o mesmo tratamento. Somente assim você consegue dar o resultado que a população espera de uma boa gestão pública.
6 – Extra: Como se posiciona em relação aos recorrentes escândalos nacionais de corrupção?
Janaína: Me desculpem a expressão, mas meu sentimento representa o mesmo sentimento da grande maioria da população brasileira: nojo. Mas aprendi desde cedo que se for para mudar alguma coisa para melhor, o melhor jeito é arregaçar as mangas e trabalhar muito, mas muito mesmo, para mudar essa realidade.
A melhor ferramenta para acabar com isso é a transparência total, onde a população tem acesso a tudo o que é feito com o dinheiro público. Por outro lado, é importante que a população fiscalize, não deixando isso apenas para os vereadores. Todo cidadão tem direito de exigir transparência e de saber o que é feito com o dinheiro público.
7 – Extra: Quem financiará sua campanha, e com que objetivos, considerando que, em geral, empresas não fazem ‘doações’ e sim investimentos?
Janaína: Eu discordo. Não compactuo com a velha política do toma lá da cá. Como as pessoas já conhecem a minha personalidade e atuação, não tenho sequer acesso a essa realidade de bastidores. As doações de campanha devem ser utilizadas de forma transparente e quem doa, deve saber que não há compromisso futuro. Isso faz parte da boa política, que tanto defendemos.
8 – Extra: Como a senhora está desenvolvendo sua (pré) campanha, ou pretende desenvolver (caso seja indicado) para atrair voto: pelo convencimento do eleitor com ideias, projetos e causas, buscando o voto de opinião, ou na base da compra de votos, da promessa de emprego, vaga na escola, leito em hospital e outras formas, pouco ortodoxas, de captação de sufrágio?
Janaína: Essa nova realidade imposta pelo coronavírus, de indefinição com as datas do pleito eleitoral, acabam gerando uma certa ansiedade. Mas esta, com certeza, será uma campanha diferente. Não vai ter tanto contato físico. As propostas e projetos devem chegar aos eleitores para que eles avaliem quem tem o melhor plano para Guarapuava.
Ainda não estão definidos os candidatos, mas a população já pode ter uma ideia dos nomes que estão surgindo. Eu entendo que quem compra voto não tem compromisso com nada e com ninguém. Da mesma maneira, quem oferece cargo para conquistar votos também não tem compromisso com a cidade. A população tem que ficar atenta, porque candidato que compra ou troca voto por outras coisas, não volta mais.
9 – Extra: Se confirmada sua indicação, como candidata oficial, quais serão suas propostas concretas (apenas os temas básico) para as políticas públicas mais importantes na cidade, os recursos e as maneiras de implementá-las?
Janaína: Ainda estamos na esfera das pré-candidaturas, das articulações dos partidos para definir seus nomes para as eleições. Nós, nesse período de pré-campanha, estamos criando um grupo de trabalho, com profissionais de todos os setores que são a base de sustentação econômica de Guarapuava, mais os setores sociais, que têm a incumbência de trabalhar num amplo plano de governo.
Esse plano irá contemplar as demandas da comunidade, com a participação direta da população. E será um plano com todas as condições de ser executado, dentro da realidade do município. Grandes promessas feitas no passado já viraram grandes frustrações. Novamente as grandes promessas milagrosas vão surgir, mas a população já está sabendo quem realmente quer melhorar o município de quem quer a eleição a qualquer custo.
10 – Extra: Como considera o povo: como massa de manobra ou como cidadania ativa?
Janaína: Eu sou do povo. Nós somos o povo. Não podemos levar a sério quem nos usa apenas conquistar votos. Somos gente, pessoas. Nós amamos, vivemos, queremos ser cada vez mais felizes. Não somos apenas eleitores. Queremos ter cada vez mais orgulho de viver onde vivemos e de acompanhar o desenvolvimento da nossa cidade, dos nossos amigos e família. Não existe nada melhor do que ver um município e sua gente se desenvolverem. A população merece respeito. Todos nós merecemos respeito como pessoas e, principalmente, como cidadãos.