Guarapuava chega a quase 900 casos de violência contra a pessoa idosa em 2025; Paraná soma 24.454 casos

Dados são do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e implicam em maus-tratos, exploração sexual e até tráfico de pessoas

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até o final de 2025 haverá mais idosos do que crianças no planeta. O último Censo, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu 57,4% em doze anos no Brasil. Já a população idosa com 60 anos ou mais chegou a 32,1 milhões de pessoas, 15,8% da população do país. O aumento é de 56% em relação a 2010, quando era de 20,5 milhões (10,8%).

Diante disso, a pauta violência contra a terceira idade vem à tona como forma de alerta para com os cuidados com esse público. De acordo com a advogada e professora Camila Cardoso Lima, coordenadora do curso de Direito da Universidade Unopar Anhanguera, esse é um problema que afeta pessoas em todo o mundo.

Segundo o Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, a cidade de Guarapuava, até o final deste mês de julho de 2025, já registrou o total de 883 casos de violência (qualquer fato que atente ou viole os direitos humanos de uma vítima. Ex. Maus tratos, exploração sexual) contra a pessoa idosa.

Desse número, apenas 97 denúncias foram efetivadas (quantidade de registros que demonstra a quantidade de vezes em que os usuários buscaram a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos para registrarem uma denúncia). Ano passado foram registrados 1.538 casos de violações contra a pessoa idosa no município. Neste ano, o estado do Paraná já teve 24.454 casos de violações contra a terceira idade. (dados atualizados em 29.07.2025)

Para Camila, criar debates sobre esse tema contribui para a redução dessas violências, haja vista que isso causa um incômodo social e, por consequência, potencializa a criação de medidas ainda mais efetivas de combate a esse crime. “Por se tratar de um público mais vulnerável, é preciso enfatizar que os idosos não têm força ou métodos para se defender sozinhos e, portanto, é essencial redobrar os cuidados e a atenção com esse público, ouvi-los, acolhê-los”, destacou Camila.

Qualquer pessoa pode fazer denúncias, seja por meio das Polícias Militar (190) ou Civil (197), o Disque 100 (que funciona diariamente, 24 horas por dia, 7 dias por semana) e canais eletrônicos. Ademais, órgãos como o Ministério Público, mais específico a Promotoria de Justiça com atribuição em matéria do Idoso, podem ser procurados para defesa dos direitos difusos e coletivos dessa classe uma vez que forem violados.

Por fim, a especialista afirma que a fim de evitar a perpetuação da vulnerabilidade do idoso, é fundamental que a família exercite o amor e a paciência para lidar com os desafios da terceira idade. “Estabeleça diálogos e crie um ambiente de escuta adequado. Ouvir o idoso sobre o que ele está passando ajuda a identificar o problema”, afirmou a advogada.

Para saber mais, acesse: População idosa MDHC.

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