Defesa de Manvailer pede adiamento, e réu não é interrogado

O Ministério Público acusa que Manvailer, que teria assassinado Tatiane por esganadura e jogado pela sacada e ainda, em seguida, recolheu o corpo para o apartamento. Ele nega as acusações. A nossa reportagem acompanhou a movimentação de testemunhas no Fórum de Guarapuava.

Advogados de defesa apresentaram uma linha de defesa, levantando suspeita que Tatiane estaria fazendo uso de medicamentos antidepressivos, que estaria em tratamento, com acompanhamento médico em Guarapuava e que devido a isso e outros fatores a vítima teria praticado suicídio.

Depois de ouvir todas as testemunhas, a juíza responsável pelo caso, Paola Gonçalves Mancini, deverá decidir se Luis Felipe vai ou não a júri popular. No 2º dia de audiência do caso, quinta-feira (13), dez testemunhas foram ouvidas, três de acusação, quatro da defesa e três indicadas por ambas. Os advogados de Manvailer pediram o adiamento do interrogatório e Luis Felipe Manvailer, réu pela morte da advogada Tatiane Spitzner, não foi interrogado.

 

A defesa alegou que estão pendentes o espelhamento do notebook de Tatiane e a contraprova do exame anatomopatológico (biópsia realizada no corpo). Os advogados do réu também querem ter acesso às redes sociais da vítima.

Eles pediram ainda prazo de 24 horas ou 48 horas para entrar com uma petição para manifestar, segundo a defesa, o prejuízo causado pelo transporte do corpo do Instituto Médico-Legal (IML) para a funerária e depois de volta ao IML.

Isso coloca em cheque toda a credibilidade, toda a checagem, a segurança jurídica da produção desses elementos periciais feitos no corpo. Isso é grave, não foi comunicado, não foi informado, afirma Adriano Bretas, um dos advogados de defesa.

 

Uma nova data para o interrogatório de Luis Felipe deve ser marcada para depois do dia 25 de janeiro, quando da volta do recesso forense.

AS TESTEMUNHAS

O pai e a irmã de Tatiane Spitzner foram as primeiras testemunhas a serem ouvidas. Jorge e Luana Spitzner falaram por mais de três horas, respondendo a questões da acusação e da defesa. Os familiares da vítima pediram para não ficarem diante de Luis Felipe, que acompanhou os depoimentos da sala ao lado de onde é feita a audiência.

O primeiro a ser ouvido depois do pai e a irmã de Tatiane Spitzner,  foi o policial que atendeu a ocorrência. Ele foi questionado pela acusação sobre o fato, de acordo com a Central de Operações Policias Militares (Copom), do solicitante da chamada ter afirmado que uma mulher havia se jogado da sacada.

Na sequência, prestou depoimento um vizinho do casal. Ele disse ter ouvido um pedido de socorro da vítima e, poucos minutos depois, um barulho forte.

Dois amigos de Tatiane foram ouvidos em seguida. Ambos falaram sobre o comportamento de Luis Felipe. Um deles contou ter presenciado uma situação de extrema agressividade. Segundo a testemunha, em um churrasco, um dos convidados fez uma brincadeira, Manvailer não gostou e começou uma briga que durou cerca de uma hora.

 

DEPRESSÃO?

O Portal G1 apurou que um dos principais depoimentos da última quinta-feira (13), foi o do médico ortopedista de Tatiane. Ele negou que os medicamentos receitados a ela eram para depressão, o que foi levantado pela defesa de Manvailer durante o depoimento de Jorge Spitzner.

De acordo com o médico, os remédios foram indicados para dor e que, ao saber que tinham efeito antidepressivo, Tatiane relutou em tomá-los.

O ortopedista afirmou ainda que durante os sete meses que a atendeu, Tatiane nunca demostrou sinais de depressão.

Ainda foram ouvidos uma professora, colega de Manvalier na faculdade onde ele dava aulas, um amigo e o professor de jiu-jitsu dele.