Startup revoluciona busca por peças de carros usadas no Paraná

Pesquisa realizada em 2023 pelo Sindipeças apontou que a média de idade dos automóveis, no Brasil, é de dez anos e nove meses

Uma pesquisa, realizada em 2023 pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), apontou que a média de idade dos automóveis no Brasil é de dez anos e nove meses. Ampliando o estudo para toda a frota brasileira, incluindo os comerciais leves, caminhões e ônibus, o quadro é de dez anos e sete meses.

Com veículos mais antigos circulando a busca por peças também tem aumentado, nos últimos anos, e devido à pandemia, o mercado sofre com a falta delas. Vinicios Scapini, 42 anos, vivenciou essa realidade. Ele bateu o carro, precisava da barra de direção e foi difícil de encontrar: “Eu queria comprar a peça original, mas o valor era de R$12.700,00, como estava caro ao invés de pegar uma peça paralela, eu optei por uma usada original. Então comecei a ligar para ferros velhos foram quase 200 ligações, demorou, mas eu encontrei a peça por R$1.700,00”, contou o empresário.

Foi aí que conversando com um amigo, Vinicios percebeu que tinha um nicho de mercado com um grande problema. Encontrar essas peças seminovas era muito difícil, e, muitas vezes, em sites na internet o processo era muito burocrático. Então, eles começaram a desenvolver uma ideia para atender essa demanda e conectar os Ferro Velhos e Autopeças de todo o Brasil.

Startup para buscar peças usadas

A ideia, que nasceu em Santa Catarina, era fundar uma startup que possibilitasse para os donos de ferro velhos e auto peças o anúncio de forma prática e rápida e para quem procura uma peça uma forma fácil de encontrá-la. Foi assim que surgiu o Ferro Velho APP, um aplicativo para reunir todas as peças seminovas do Brasil, um ‘Google’ das autopeças.

Hoje o APP tem usuários em vários estados do Brasil, e o Paraná, estado vizinho, foi um dos primeiros na expansão. Agora, os donos de ferros velhos e auto peças podem ofertar o que tem para todo o país e vender de forma fácil.

“Um dos nossos diferenciais é que o dono do ferro velho pode anunciar a sucata inteira no ato da compra, quando está no leilão, antes mesmo da sucata chegar em sua loja física, já iniciando as vendas e facilitando para quem busca” explicou Vicinios. Ou seja, assim que o anúncio é feito ele lista a baixo as peças disponíveis e os interessados podem chamar o anunciante direto no WhatsApp.

O Ferro Velho APP não cobra nada pelas vendas, inclusive a negociação e a compra são feitas diretamente com o proprietário da peça, o aplicativo é um buscador somente. Para anunciar o dono do estabelecimento assina um dos pacotes, sendo o Plano Prata de R$ 29,90 para 20 anúncios ou o Plano Ouro de R$ 49,90 para 50 anúncios.

Matheus Gularte proprietário da MeioKilo AutoPeças, já anunciou mais de 100 vezes no APP e garante: “o retorno que o aplicativo traz é gigantesco, ele busca clientes em de todo canto do Brasil, eu consigo anunciar a “sucata” completa antes mesmo de receber ela no pátio. Assim, tenho o benefício de encontrar um cliente em potencial bem mais rápido que as outras plataformas”, esclareceu o empresário, que representa centenas de anunciantes, que antes precisavam ficar atendendo as ligações ou até mesmo anunciando peça por peça em outras plataformas, além de pagar porcentagens na hora da venda.

Quem busca por peças também aprova. Paulo Roberto Garcia, é mecânico e precisava do cabeçote de um Onix 2016 1.0. “Como mecânico, eu posso garantir que é muito melhor uma peça original usada do que uma nova paralela. Liguei em vários locais para tentar encontrar a peça que precisava, e graças a indicação de um amigo, fui buscar no Ferro Velho APP, muito rápido e prático”, destacou.

O projeto iniciou em setembro de 2021, e após um ano de desenvolvimento, a programação do aplicativo foi finalizada e está disponível para Android e iOS. São aproximadamente 1.700.000 peças anunciadas, e um dos principais benefícios é o pensamento no futuro sustentável, pois a reutilização de peças de carros contribui para a economia circular no Brasil. Se essas peças não são revendidas e descartadas de forma errada, o meio ambiente é quem sofre.