Outubro Rosa: Projeto da Unicentro fortalece ações gratuitas de prevenção a cânceres
A iniciativa, em parceria com a Prefeitura de Guarapuava, vem transformando a saúde de centenas de mulheres
Durante o Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a prevenção aos cânceres de mama e de colo do útero, a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) destaca uma iniciativa que vem transformando a saúde de centenas de mulheres guarapuavanas. Em parceria com a prefeitura, um projeto criado em 2018 fortalece as ações de prevenção por meio da análise gratuita de amostras coletadas durante os exames preventivos realizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) da Vila Carli e do Bonsucesso.
Após a coleta do material de secreção vaginal nas UBS’s, as amostras são encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia Clínica e Pesquisa de Fungos Patogênicos da Unicentro. “Muitas vezes, a mulher nem imagina que tem uma infecção fúngica ou bacteriana. Com o exame realizado aqui, é possível identificar o problema e garantir que o médico indique o tratamento adequado”, explicou o professor do Departamento de Farmácia e coordenador do laboratório, Marcos Ereno Auler.
Somente em 2025, já foram realizados cerca de 170 exames, totalizando aproximadamente 1.180 mulheres atendidas desde o início da ação. Segundo o professor Marcos, o projeto na Unicentro envolve graduação, pós-graduação, extensão e iniciação científica em um movimento relevância social, científica e educacional.
“A iniciativa é de extrema importância tanto do ponto de vista da pesquisa quanto da extensão. Os alunos têm contato direto com os pacientes e vivenciam a realidade da nossa comunidade, unindo prática clínica e laboratorial. Isso mostra, na prática, o papel essencial da universidade pública, gratuita e de qualidade na promoção da saúde e no desenvolvimento regional”, enfatizou.
As amostras coletadas nas unidades básicas de saúde passam por uma série de análises. A acadêmica de Farmácia, Luisa Schon, explica que o processo envolve diversas etapas.
“Fazemos a coloração de Gram – método de coloração de bactérias – e a análise microscópica. A partir disso, identificamos a presença de patógenos, como bactérias, fungos e possíveis casos de vaginose bacteriana ou fúngica”. Segundo ela, os resultados são concluídos em cerca de 15 dias. “Também realizamos o exame a fresco para detectar o Trichomonas vaginalis, um parasita que pode estar presente na microbiota vaginal das mulheres”, detalhou.
O professor Marcos Auler reforça que o Outubro Rosa é um lembrete importante, mas o cuidado deve ser contínuo. “A mulher precisa realizar o exame preventivo todos os anos, não apenas em outubro. Projetos como esse mostram que a prevenção e a educação em saúde são caminhos fundamentais para reduzir os índices dessa doença, que ainda é um grave problema de saúde pública”, finalizou.