Governo do Paraná e caminhoneiros fecham acordo para trânsito de cargas especiais

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 Caminhões com a adesivo da Defesa Civil poderão circular pelas rodovias transportando insumos hospitalares, produtos químicos, ração animal, alimentos para hospitais e penitenciárias, combustível para os serviços de segurança e de urgência e emergência

O Governo do Estado e lideranças do movimento dos caminhoneiros fecharam um acordo nesta quinta-feira (24) para possibilitar o trânsito de cargas especiais nas estradas do Paraná. A partir desta sexta (25), caminhões com a adesivo de identificação da Defesa Civil poderão circular pelas rodovias transportando insumos hospitalares, produtos químicos, ração animal, alimentos para hospitais e penitenciárias, combustível para os serviços de segurança e de urgência e emergência, além de cargas vivas.

O acordo seguiu a orientação da governadora Cida Borghetti, que solicitou ao chefe da Casa Militar, coronel Maurício Tortato, que criasse um grupo de trabalho e realizasse a negociação com os representantes do caminhoneiros. O encontro foi na sede da Defesa Civil, em Curitiba, e contou com a presença de integrantes do poder público, do setor produtivo e da sociedade civil organizada.

Chegamos a um acordo que permitirá suprir áreas essenciais de produtos necessários para a manutenção dos serviços, comentou a governadora Cida Borghetti ao saber do resultado da reunião. Ela também elogiou a postura dos líderes do movimento pela compreensão em relação à necessidade de trânsito de cargas prioritárias.

PEDÁGIO

Cida também determinou nesta quinta-feira que a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (AGEPAR) estude da viabilidade da não cobrança de pedágio do eixo suspenso dos caminhões enquanto durar a crise de desabastecimento de combustível e o impacto que a não cobrança iria produzir nas tarifas.

PREVENTIVO

O coordenador executivo da Defesa Civil, major Antônio Hiller, afirmou que o acordo é uma medida preventiva, adotada para que não haja comprometimento do abastecimento de insumos essenciais para a segurança e a saúde da população paranaense.

 

Os caminhões que farão o transporte dos itens serão identificados e os motoristas orientados a se identificar nos bloqueios. Eles também devem liberar a verificação dos produtos caso seja necessário. Queremos que tudo ocorra de maneira amigável, como foi o encontro com as lideranças, disse o major.

O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Paraná, Plínio Dias, pediu a ajuda de todos os manifestantes para que seja cumprido o acordo e disse que vai unir esforços para que esses caminhões circulem pelas rodovias do Paraná. 

Queremos manter a ordem, sem violência, não queremos prejudicar ningué e as cargas prioritárias serão escoltadas conforme combinado durante a reunião, afirmou. Esse encontro foi muito importante porque nós lideranças das paralisações queremos ser atendidos, mas também devemos olhar para o outro lado da situação, afirmou.

O representante da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), João Arthur Mohr, destacou que a reunião foi positiva, principalmente para garantir a circulação de produtos básicos. Houve um consenso pela liberação dessas cargas escolhidas. É importante assegurar a passagem de cargas vivas e rações para a cadeia produtiva de animais para que não tenhamos maiores implicações, até mesmo ambientais e sanitárias, disse.

GRUPO DE TRABALHO

A negociação foi uma das primeiras atividades do grupo de trabalho instituído pela governadora Cida Borghetti para tratar de assuntos relacionados o funcionamento de serviços essenciais durante o movimento de paralisação dos caminhoneiros.

Segundo o coordenador executivo da Defesa Civil, major Antônio Hiller, as ações estão sendo integradas no Centro de Gerenciamento de Riscos e Desastres. Estamos trabalhando para que as informações não fiquem dispersas. Por isso, integramos as prioridades e as estratégias e estamos compartilhando em tempo real com todos os interessados, afirmou.

O chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Defesa Civil, coronel Maurício Tortato, destacou que o objetivo desse grupo é estabelecer estratégias e manter o diálogo para minimizar e diminuir os passivos sociais que possam decorrer desse movimento. O poder público atuará de maneira pontual, sem descaracterizar a manifestação, com o apoio da Procuradoria-Geral do Estado, na busca de soluções. O Governo do Estado respeita o movimento, mas chama a atenção para pontos específicos considerados prioritários e essenciais para a vida em sociedade, afirmou o coronel.

FONTE: AGN