Unidos pelo futebol. O futebol da A.A. Batel

Estamos em 2014, mês de junho, ano de Copa do Mundo onde todos estão focados, ligados no desempenho do nosso selecionado canarinho rumo ao hexa, só se fala isso em todo o lugar, nas igrejas, bares, praças, bancos enfim, no comércio em geral. Bem vamos falar o que interessa, em 2009 eu dirigia as categorias de base da A.A. Batel e o grande sonho de todos era a volta desta agremiação a disputar o futebol profissional. Tudo se encaminhava para isso, até que chegou o momento decisivo: o arbitral da terceira divisão.

Representei o clube na reunião na Federação Paranaense de Futebol, com o objetivo definido de registrar a volta do Batel ao profissionalismo depois de longos sete anos inativo, concretizado a intenção e confirmada à participação nos restava estabelecer metas e planejamento. Mais pouco tempo depois fui convidado às pressas para uma reunião na sede do clube com seu Alfredo Gelinski. Chegando ao local, sem demora me relatou que teríamos que retirar a inscrição do clube para a disputa da terceira divisão, pelo motivo que ele não se encontrava em boa condição de saúde e por ordem médica não poderia fazer esforço físico e mental. Aquela revelação me deixou estarrecido, pois era sabido que haveria uma multa de 100 mil reais e desfiliação da entidade se houvesse desistência da competição. Pensei rápido e pedi ao Sr. Alfredo o prazo de três dias para eu tentar organizar um conselho gestor, para não acontecer o falecimento do profissionalismo em nossa cidade.

Percorri o município, entrei em contato com várias pessoas, umas contrárias ao projeto, mas encontrei amigos, pessoas simples como eu, mas disposto a ajudar na medida do possível. E foi o nome do médico Antenor Gomes de Lima a figura principal, aceitou a missão de dirigir um conselho gestor. Aceito o desafio já chegavam os primeiros problemas, como gerir uma equipe profissional saindo com caixa zero, Dr. Antenor, percorreu a cidade em conversas com amigos, pedindo ajuda financeira, que era urgente a taxa de inscrição. Arrecadado este primeiro objetivo corremos atrás para a formação do grupo de atletas pra disputa da competição que começaria em poucos dias, sem recursos optamos por selecionar atletas da própria cidade entre amadores e juniores que poderiam firmar compromisso de treinar diariamente que não prejudicasse alguma função de trabalho que exercessem, pois não teriam salários fixos e sim ajuda de custo. Comissão técnica ficou a minha responsabilidade e do amigo Alaor, que já tínhamos experiências anteriores.

Conseguimos montar uma equipe jovem, quase todos estreantes no profissionalismo, muitos outros queriam fazer parte desse grupo, só não poderiam treinar diariamente, o que não foi possível incorporá-los no elenco. Disputamos o campeonato que se mostrou de alto nível. Estreamos em casa vencendo a forte equipe do Cascavel FC com o maior público do certame, perto de duas mil pessoas. Não passamos da primeira fase, mas contra tudo e contra todos, o que mais sinto orgulho além dos atletas, é ter amizade do Dr. Antenor Gomes de Lima, pessoa humilde dentro de sua simplicidade, honesta, amigo de longa data se desdobrar, correr atrás, se sujeitar a pedir colaboração financeira, muitas vezes não atendida. Se o Batel está ainda respira futebol profissional, temos que agradecer além daquele conselho gestor e a este ilustre cidadão, Dr. Antenor, que batalhou não mediu esforços para manter esta equipe no profissionalismo sem pensamento político, pois quem o conhece reconhece isso na sua pessoa e sim por sentir necessidade naquele momento difícil que para continuar na competição dependia de um apoio e assim o fez, não correu da raia nos momentos difíceis, esteve sempre presente, e transparente é sua vida, sempre dedicado às causas e dificuldades sociais da sua comunidade que é Guarapuava. Este novo ano confirmada à volta do futebol profissional, não importa quem o administre, o importante é nos termos um representante para nos dar mais um dia de lazer no final de semana, pois no sábado já nos orgulhamos do nosso futsal.