Quatro gigantes

Nesta semana se encerra a Copa do Mundo no Brasil. O maior evento esportivo do mundo de um único esporte vai deixar saudades por vários motivos. Não sei se chegará ao status de 'Copa das Copas', mas, sem dúvidas, será um dos principais capítulos da história das copas e do futebol, pelo número de gols, pelo equilíbrio dos jogos e pelas gratas surpresas. Chegou a hora de conferir quem terá a honra de se segrar campeão deste torneio: Brasil, Alemanha, Holanda ou Argentina.

Tivemos uma grande primeira fase. Com muitas goleadas e gratas surpresas. O que dizer da Costa Rica, que se classificou em primeiro lugar em um grupo que tinha três campeões mundiais: Itália, Uruguai em Inglaterra? Ingleses e italianos tiveram que voltar para casa mais cedo, depois das boas apresentações costa-riquenhas e do jogo 'mordido' dos uruguaios.

As goleadas da Holanda sobre a Espanha e da Alemanha sobre Portugal também serão relembradas por muito tempo. Não eliminaram, mas abriram o caminho para a eliminação dos atuais campeões do mundo, os espanhóis, e para a atuação apagada do melhor jogador da atualidade, Cristiano Ronaldo.

Foram tantas hitórias, tantos personagens nesta primeira fase, que até é difícil deixar de fazer alguma injustiça, ao citar alguns destaques. No grupo A, por exemplo, o goleiro mexicano Ochoa parou o ataque do Brasil e foi um dos responsáveis pela classificação mexicana. No grupo B, os chilenos mostraram muita força, ajudando a eliminar a Espanha. No grupo C, a Colômbia sobrou, sob a batuta do camisa 10, James Rodrigues. No grupo D, tivemos jogos memoráveis entre Uruguai, Itália e Inglaterra e da grande surpresa Costa Rica, já citada neste texto. No grupo E, a França renasceu, mostrando um belo futebol, enquanto o Equador ficou no quase. No grupo F, a Argentina passou ilesa, mas teve que suar muito para vencer Bósnia, Irã e Nigéria. No grupo G, Estados Unidos se portou muito bem, aumentando o interesse dos americanos no Soccer (os EUA, inclusive, estão muito interessados em sediar mais um mundial). No grupo H, da badalada Bélgica, a Argélia roubou a cena, sendo a sensação africana.

Nas oitavas e nas quartas-de-final, os jogos foram marcados por muito equilíbrio. É bem verdade que a lógica prevaleceu, já que os primeiros colocados passaram nas oitavas e as seleções mais tradicionais levaram vantagem nas quartas, mas quem foi eliminado vendeu muito caro sua desclassificação. Menções honrosas para Chile, México, Costa Rica, Argélia, Suíça e Colômbia, que chegaram perto, mas perderam na hora H.

Mas e agora? O que esperar das semifinais e da final? Infelizmente alguns nomes não estarão presentes nesta festa, como Neymar, do lado do Brasil, e Di Maria, pelo lado da Argentina. Mesmo assim não há favoritos. Todas as quatro seleções que chegaram até aqui, por um motivo ou outro tem totais chances de terminar o mundial no lugar mais alto do pódio.

Vamos torcer para que o Brasil consiga superar seus desfalques e deficiências. Que o time verde-amarelo cresça na hora certa e garanta o sexto título mundial para lavar a alma deste povo sofrido que, muitas vezes, chega a duvidar de seu próprio potencial, até mesmo para sediar uma Copa do Mundo.

E independente se o título vier ou não, que o sucesso deste mundial ajude a nos livrarmos do nosso 'complexo de vira-latas'. Que possamos acreditar que somos, sim, capazes de grandes feitos. Até por que, logo depois da Copa teremos a grande chance de realmente fazer a diferença. Desta vez nas urnas.