Para “fazer caixa”, governo tenta vender o que resta da Sanepar


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Venda de ações da estatal é pauta na Assembleia Legislativa do Paraná

A Alep deve votar, hoje, em regime de comissão geral, o projeto que pretende aumentar o capital social da empresa. Os números, de acordo com a base do governo, subiriam de R$ 2,6 bilhões para R$ 4 bilhões, caso haja aprovação. O pedido foi apresentado pelo deputado governista Ademar Traiano (PSDB), e será votado hoje, durante a sessão ordinária.

Para Traiano, líder do governo na Assembleia, o tratoraço, que é a opção de votar a proposta por meio da comissão geral, foi necessário. Segundo ele, o governo tem até 26 de março para sancionar a lei (aí está o motivo da pressa), caso contrário, o processo de oferta primária de ações, anunciado pela companhia, em fevereiro, ficaria prejudicado. Neste regime, as votações nas comissões e no plenário são realizadas em uma só sessão.

Para a oposição, o governo, que atravessa uma crise financeira, só está preocupado em fazer caixas. De acordo com o deputado Tadeu Veneri (PT), o momento não é propício para a venda de ações, e que a diluição do capital da empresa entre acionistas privados pode reduzir o poder do governo dentro da companhia. O valor dessas ações também foi questionado. Em 2013, ações preferenciais foram repassadas ao governo com o valor de R$ 12,75. Ontem, elas estavam cotadas em R$ 5,50. Ainda, de acordo com o deputado, existe a possibilidade de o preço da conta de água subir. E, no final das contas, quem vai pagar esta conta será o contribuinte.

Fernando Ghignone, presidente da Sanepar, por sua vez, garante que não haverá aumento no valor da tarifa. Segundo Ghignone, o que vai ocorrer é o inverso. As tarifas podem aumentar, caso a operação caixa dágua não seja aprovada.