Motoristas mal educados colocam vidas em risco em Guarapuava

Artigo 196  é um dos mais desrespeitados pelos condutores guarapuavanos

Todo mundo sabe que o motorista brasileiro é muito mal educado. Mas, o que pouca gente sabe, ao que parece, é que essa má conduta, no trânsito, pode ser muito perigosa. E não estamos falando da mistura explosiva entre álcool e direção, e, sim, da falta de preparo desses condutores.

Em Guarapuava, tornou-se 'prática comum', do dia a dia, sinalizar para que lado vai, somente, quando já está tomando a direção de seu trajeto. Ou seja, depois que vira, para a esquerda ou para a direita, ou é feita a transposição de faixa, por exemplo, é que o motorista resolve dar seta, ou ligar o pisca. Diariamente, no trânsito, pode-se observar que muitos deixam de dar seta em, praticamente, todas as ruas da cidade: as de trânsito rápido, arteriais, coletoras e principalmente vias locais.

Quem sofre com tudo isso é o pedestre, que corre um grande risco de ser atropelado. 'O carro vem, sem dar sinal, e a gente não sabe pra onde ele vai. Quando a gente vê, tá em cima de nós', conta um comerciante local, que só anda a pé pelo centro da cidade.

Bastam alguns minutos de observação ao que acontece no trânsito da cidade, a pé ou atrás de um volante, para que se tenha a certeza de que o art. 196 do Código Brasileiro de Trânsito (CTB) é um dos mais desrespeitados pelos motoristas. Assim como muitos brasileiros, os condutores guarapuavanos deixam de indicar, com antecedência, a manobra de parar o veículo, mudar de direção ou de faixa de circulação.

Dar seta – ou, como se diz, aqui, no Sul ligar o pisca – é um dos mais antigos procedimentos que o motorista adota, ou deveria adotar, ao volante. Os motoristas que não dão seta, ao agirem dessa maneira, esquecem que a função principal desse equipamento e desse fundamento de segurança no trânsito é manter a comunicação não só com os outros motoristas, mas, também, com os pedestres e ciclistas.

Além das reclamações dos pedestres, boa parte dos condutores se queixa da falta dessa sinalização por parte de outros motoristas, o que tem causado ou pode causar inúmeros acidentes, normalmente, as chamadas batidas por trás ou colisões traseiras. Quando issoa contece, tem início um jogo de 'empurra-empurra'. A culpa é sempre do outro. 'É complicado, viu. Sujeito anda colado em você, aí a gente precisa dar uma parada rápida, quando vê só escuta a batida', diz Márcio Lopes, motorista há 30 naos.

Segundo especialistas, Isto acontece porque os carros, hoje, trafegam muito próximos uns dos outros, sem observar a distância regulamentar de segurança entre eles. Assim, a par da falta de sinalização indicadora da mudança de direção, também, colabora para o sinistro a não observância dessas distâncias.

A 'regra (do CTB) é clara': dar seta sempre que for deter a marcha, normalmente para estacionar,  apanhar ou desmbarcar passageiro, desde que tal seja permitido; a própria mudança de direção (à direita ou à esquerda) e, por fim, a mudança de faixa, conduta que se adota quando se quer mudar de faixa em avenidas, ruas e rodovias.

Um dos pontos priorizados pela Educação no Trânsito diz que dar seta é uma conduta necessária á segurança, do mesmo, porque evita a maioria das pequenas batidas que acontecem no cotidiano de nossas cidades (e rodovias, onde as conseqüências podem ser muito mais graves).

Além disso,seria, também, de bom alvitre (está no Código), praticar certas atitudes correlatas, como  tomar mais à direita ou à esquerda quando for manobrar para um desses lados (art. 197), dar passagem pela esquerda, quando solicitado (art. 198) e ultrapassar pela esquerda a menos que o veículo da frente vá manobrar à esquerda, estando na faixa apropriada (art. 199).

Segundo o Código Brasileiro de Trânsito (CBT), não dar seta é infração grave, com multa de R$ 127,69 e perda de cinco pontos na carteira. Além do prejuízo material, pode causar muito sofrimento às vítimas quando a negligência vira acidente.

Nossa equipe tentou, por diversas vezes, falar com o Guaratran, órgão municipal responsável pelo trânsito, mas não houve resposta por parte daquele poder público.