Governador Beto Richa é favor de distrital misto e fim das coligações

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O governador paranaense falou também sobre o financiamento público das campanhas

Na última semana, o governador Beto Richa foi entrevistado pela imprensa e se colocou a favor do voto distrital misto e pelo fim das coligações, duas propostas da reforma política em discussão no Congresso Nacional. “Eu sou a favor da reforma política que acabe com as coligações partidárias. Daí cada dirigente partidário, cada político, vai cuidar do fortalecimento do seu partido. Sou a favor também do voto distrital misto, uma proposta defendida desde a fundação do PSDB”, disse Richa, ressaltando ser contra também ao financiamento público de campanha.

O tucano avalia que há tempos o país vive, lamentavelmente, a instabilidade política em função da legislação que muda sistematicamente a cada eleição. “Não tem uma regra clara, duradoura. Temos que admitir que os partidos e muitos políticos estão pensando na próxima eleição. Temos que ter um sistema mais claro que possa trazer, inclusive, a confiança dos eleitores em relação as legendas partidárias”, disse

“Mas, lamentavelmente, os interesses pessoais e partidários têm prevalecido sobre a questão de um sistema mais sólido e que contribua com a democracia”, completou.

Campanhas

O governador paranaense disse também que a população não aceita o financiamento público das campanhas – outro tema em discussão na reforma política no Congresso Nacional. “A população não aceita (o financiamento público). É uma questão polêmica. Não se sabe ainda o que fazer, como é que se vai financiar as campanhas. Talvez através das pessoas físicas, como é hoje, ou com limites estabelecidos para financiamento privado. Mas tudo isso ainda tem que evoluir, embora o tempo já está se apresenta exíguo”.

Richa avalia também a proposta do distritão defendida para as eleições proporcionais. “Por um lado é bom e por outro lado é ruim. Bom no seguinte aspecto. Atualmente, a população dá 40 mil votos para um deputado e acaba elegendo outro de 5 mil votos. O Tiririca se elegeu com mais de um milhão de votos e puxou 3 ou 4 deputados. O Enéias, com uma extraordinária votação, puxou mais uns 3 ou 4 deputados. Se por um lado não é justo, por outro lado, se tira os votos de legenda. Só o deputado mais votado é eleito e isto acaba enfraquecendo os partidos”.
Para Richa, o voto distrital misto aproxima os eleitos da população. “No voto distrital misto, o deputado é mais próximo do eleitor. Hoje, por exemplo, a maioria dos eleitores não sabe em quem votou. Com voto distrital misto, o deputado estará mais presente no distrito, na região que representa, vai saber das demandas e das necessidades. O eleitor vai poder cobrar os compromissos assumidos no período eleitoral”, disse.