Enfim chegou o ano olímpico!

O ano de 2016 será especial para os brasileiros e para toda a América do Sul, pois será a primeira vez que os Jogos Olímpicos serão realizados neste continente. Só por este ineditismo, as Olimpíadas do Rio de Janeiro já entram para a história. Desde da década de 1930, Brasil e Argentina tentavam sediar os jogos (com Rio de Janeiro e Buenos Aires, respectivamente), mas foi só depois de 80 anos que este sonho se tornou realidade.

O Rio deixou para trás cidades de ‘primeiro mundo’, que também desejavam sediar o evento. Chicago (Estados Unidos), Tóquio (Japão) e Madri (Espanha) estavam no páreo, mas o bom momento vivido pelo Brasil, especialmente na década passada (a eleição aconteceu no dia 2 de outubro de 2009), foi decisivo para a escolha do Comitê Olímpico Internacional (COI). Outros argumentos que pesaram à favor, foram o legado deixado pelo Pan-Americano de 2007, a beleza visual da capital fluminense e a capacidade de organizar grandes eventos, como o Carnaval.

Chegando em 2016, o momento já não é tão bom como na década passada. Desta vez o país não passou ileso às dificuldades econômicas mundiais e amarga a volta da inflação e da recessão. Além disso, o Brasil chega a 2016 dividido politicamente, com várias denúncias de corrupção envolvendo todos os partidos e com um recente pedido de impeachment contra a presidente Dilma. O clima de instabilidade, inclusive, já era bem evidente na última Copa do Mundo, também sediada no Brasil.

O clima de fracasso daquela Copa (que não foi causado só pelo 7×1) deverá ser a grande barreira a ser quebrada para o sucesso da Rio 2016. Temos a chance de resgatar o prestígio internacional, se fizermos um grande evento, ou podemos confirmar a má impressão de 2014, quando várias obras que serviriam para a Copa não saíram do papel. Será um desafio bastante difícil, visto todo este quadro de instabilidade.

Além disso, os últimos casos de terrorismo, na França, devem fazer a organização ter ainda mais cautela (e gastos) com a segurança. Assim, além de ter de melhorar os índices de criminalidade da Cidade Maravilhosa, os governos, em todas as esferas, terão mais este foco, que pode ser decisivo para o sucesso ou para o fracasso dos jogos.

Outra meta importante, colocada pelo Plano Brasil Medalhas (do Governo Federal) é o de chegar, pela primeira vez, entre os 10 primeiros colocados no quadro de medalhas. Visto o desempenhos nos últimos jogos (22º em 2012 e 23º em 2008), é um objetivo difícil. Para se ter uma ideia de quantas medalhas seriam precisas para atingir esta meta, em Londres, o 10º colocado foi a Austrália, com 7 ouros, 16 pratas e 12 bronzes (35 medalhas). Já em Pequim, o 10º foi a França, com 7 ouros, 16 pratas e 17 bronzes (40 medalhas). O desempenho brasileiro nas duas últimas olimpíadas foram parecidos, com apenas 3 medalhas de ouro (em cada um dos eventos) e um total de 17 (em Londres) e 15 medalhas (em Pequim). Assim, a torcida é para que o fator casa possa ser decisivo, trazendo algumas medalhas improváveis para a delegação brasileira.

As principais modalidades, apontadas com chances de trazer conquistas são o atletismo (com Fabiana Murer, no salto com vara), a canoagem (com Isaquias Queiroz), o futebol masculino (que segue perseguindo a inédita medalha de ouro), a ginástica artística masculina (com Arthur Zanetti, nas argolas), o handebol feminino (apesar do mau resultado do último mundial), o judô (com Mayra Aguiar, Rafael Silva, Rafaela Silva, Felipe Kitadai e Erika Miranda), a maratona aquática (com Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha), a natação (com Cesar Cielo e Bruno Fratus), o pentatlo moderno (com Yane Marques), a vela (com Martine Grael e Kahena Kunze) e o vôlei de quadra e de areia (tanto no masculino quanto no feminino).

Se cada uma destas modalidades conseguir trazer um ouro, a meta de alcançar o top-10, muito provavelmente, será alcançada, mas, como dito anteriormente, é uma meta complicada. A expectativa é que alguma modalidade em que o Brasil não é apontado na briga pelo pódio possa surpreender, engrossando o número de medalhas e impulsionando o país para o melhor desempenho da sua história nos jogos.

Ficaremos na torcida!