Ministro da Justiça diz que é erro ligar mortes de presos somente a facções

O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, classificou na manhã desta terça-feira (3) como erro ligar as mortes e rebeliões registradas no Amazonas somente às guerras entre facções. Mais da metade dos mortos não tinha ligação com facção, segundo ele. O Secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP), Sérgio Fontes, afirmou, no entanto, que as organizações criminosas “são pano de fundo” para os crimes. Em dois presídios da capital, 60 foram mortos em motins.

O ministro está em Manaus para acompanhar a crise no sistema prisional do estado. Além de rebeliões, 184 presos fugiram. O motim teve início na tarde do domingo (1º) e, conforme a SSP-AM, trata-se de uma briga entre facções.

Moraes visitou, na manhã desta terça (3), o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), onde 56 detentos foram mortos. O massacre no Complexo é considerada a maior chacina de presos ocorrida no estado. Na capital, o ministro anunciou que líderes do massacre vão para presídios federais.

Entenda o caso
O primeiro tumulto nas unidades prisionais do estado ocorreu no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), localizado no km 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista). Um total de 72 presos fugiu da unidade prisional na manhã de domingo (1º).

Horas mais tarde, por volta de 14h, detentos do Compaj iniciaram uma rebelião violenta na unidade, que resultou na morte de 56 presos. O massacre foi liderado por internos da facção Família do Norte (FDN).

A rebelião no Compaj durou mais de 17h e acabou na manhã de segunda-feira (2). Após o fim do tumulto na unidade, o Ipat e o Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) também registraram distúrbios.

No Instituto, internos fizeram um “batidão de grade”, enquanto no CDPM os internos alojados em um dos pavilhões tentaram fugir, mas foram impedidos pela Polícia Militar, que reforçou a segurança na unidade.

No fim da tarde, quatro presos da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus, foram mortos dentro do presídio. Segundo a SSP, não se tratou de uma rebelião, mas sim de uma ação direcionada a um grupo de presos.