O Paraná dá exemplo ao Brasil, diz Richa

FOTO: Assessoria

Enquanto alguns estados da federação estão pagando o 13º salário de 2016, servidores paranaenses estão com os salários em dia 

O governador Beto Richa fez um balanço das ações realizadas neste ano, destacando avanços em diversas áreas da administração estadual. Também falou sobre o apoio do Estado aos municípios, o desempenho da economia paranaense e investimentos realizados ao longo de 2017. Confira alguns tópicos da entrevista.

JEG- Como o Estado do Paraná chega ao final de 2017?

RICHA – Graças ao esforço de todos os paranaenses, do bom planejamento do nosso governo e, principalmente, do ajuste fiscal que nós promovemos nos últimos dois anos, com medidas duras e muitas vezes incompreendidas, hoje podemos comemorar o resultado desse trabalho que é referência nacional. Tomamos medidas para equilibrar as contas públicas, porque vimos a situação drástica de boa parte dos estados brasileiros. A crise afetou grandes potências como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que estão com dificuldades em pagar o salário do servidor. O Rio de Janeiro começa a pagar agora o décimo terceiro de 2016. No Paraná todas as contas estão em dia. Para se ter uma ideia, pagamos o salário de novembro e antecipamos os vencimentos de dezembro e o 13º. Tudo isso soma R$ 5,1 bilhões injetados na economia em cerca de 30 dias, ajudando o comércio e as vendas nesse fim de ano. Conseguimos retomar a capacidade do Estado para investir.

JEG- Quanto o estado investiu neste ano e o que o senhor pode destacar?

RICHA – Em 2017 realizamos o maior investimento da história do Paraná, com cerca de R$ 7 bilhões. Para 2018, o orçamento prevê um investimento na ordem de R$ 8,4 bilhões. São muitos os avanços. Só para os municípios transferimos R$ 1,6 bilhão. Houve reforço na segurança, com novas viaturas e policiais. Na saúde, ampliamos o atendimento de urgência e emergência com o serviço aeromédico, que está em todo o Estado e deu uma grande contribuição para o aumento do número de transplantes. Também fizemos milhares de cirurgias eletivas e estamos garantindo suporte financeiro para 263 hospitais municipais e filantrópicos, o que é inédito. Na educação, investimos cerca de 35% do total das receitas. Não sei se tem estado no Brasil que investe um percentual parecido com o do Paraná. Temos R$ 100 milhões sendo aplicados na reforma de 1.000 escolas e mais R$ 283 milhões destinados para a modernização tecnológica dos colégios da rede estadual, com novos computadores, rede lógica e acesso à internet. Há muitos exemplos de bons investimentos realizados na área social, habitação, saneamento, energia, cultura, esporte e turismo. Na agricultura, o programa Pró-Rural tem R$ 130 milhões para apoiar projetos de geração de renda e combate à pobreza no campo.

JEG- Quais foram os avanços em infraestrutura?

RICHA – Os paranaenses podem ver obras em estradas por todas as regiões, são duplicações e diversas outras melhorias. Nunca teve um programa parecido com esse que está sendo executado. Liberamos R$ 2,5 bilhões para conservação e manutenção das nossas estradas neste ano. Com apoio do BID, teremos mais R$ 1,4 bilhão para aplicar em estradas. O porto de Paranaguá bate seguidos recordes de movimentação e chegou ao maior patamar de sua história, com 50 milhões de toneladas. Esse é o resultado do processo de modernização que estamos fazendo no terminal. Neste ano, lançamos o projeto da Nova Ferroeste, uma ferrovia de 1.000 quilômetros ligando nosso porto a Dourados, no Mato Grosso do Sul. Não podemos esquecer da infraestrutura urbana. Em 2017, assinamos convênios com praticamente todos os municípios do Paraná para liberar recursos para obras locais, principalmente pavimentação. Aliás, no nosso governo já pavimentamos mais de 3 mil quilômetros de ruas, avenidas e estradas municipais. É a distância entre Curitiba e Belém do Pará.

JEG- Como vê o desempenho das empresas públicas?

RICHA – Desde o início da gestão assumimos o compromisso de preservar e fortalecer as empresas públicas de propriedade dos paranaenses. A Copel foi eleita cinco vezes, nos últimos sete anos, a melhor companhia distribuidora de energia do Brasil e também foi premiada a melhor distribuidora de energia da América Latina. Como exemplo da ação da Copel cito o programa Mais Clic Rural. São R$ 500 milhões para levar energia de qualidade para 70 mil propriedades rurais. A Sanepar é considerada pelo Instituto Trata Brasil como a melhor companhia de saneamento do país. Com investimentos bilionários, está ajudando a melhorar a saúde do povo paranaense. Das onze cidades brasileiras com os melhores índices de saneamento, cinco estão no Paraná, e Curitiba é a capital com maior índice de saneamento do Brasil. Aqui cabe outro exemplo emblemático. As obras de saneamento no Litoral, que totalizam R$ 250 milhões, tornaram as praias do Paraná as mais limpas do País, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. Quem frequenta o nosso litoral deve lembrar que até pouco tempo tínhamos bandeiras nas areias apontando águas improprias a cada 100 ou 200 metros. Não tem mais isso, porque no nosso governo o Litoral não é pensado só na época do verão, é pensado nos 12 meses do ano.

O Paraná possui uma economia diversificada, eficiente locomotiva que é o agronegócio. A soma de esforços do setor público e da iniciativa privada fizeram a diferença e o Estado cresce mais que o País.

JEG- E o ajuste fiscal do Estado governador, está finalizado?

RICHA- Cuidar das contas públicas é uma tarefa diária, mas não há nenhuma nova medida de impacto que atinja a população. Reconheço o sacrifício feito por todos os paranaenses e, agora, é o Estado que tem que se ajustar. É preciso retribuir os 11 milhões de paranaenses com bom serviços, programas e obras. A máquina pública tem que compreender que ela não é o fim em si mesmo. Ela existe para servir e não para se servir da sociedade. Como em qualquer casa, o Estado só pode gastar o que arrecada. Mas dentre tantos itens do ajuste preciso destacar o Nota Paraná, que é uma iniciativa de cidadania fiscal em que todos ganham. O Estado, que combate à sonegação, o contribuinte, que recebe premiações e tem a carga tributária reduzida, e o empresário, que vê diminuir a concorrência desleal. Neste final de ano, entregamos o maior prêmio do programa para uma professora do município de Paranaguá. Tive a oportunidade de conversar com a Beatriz logo após o sorteio de dezembro e anunciar pessoalmente o prêmio de R$ 1 milhão. Esse programa devolve 30% do imposto recolhido no varejo ao contribuinte e também aumenta a arrecadação. Isso amplia o volume de recursos para grandes investimentos que acontecem nos 399 municípios do Paraná. Eu resumo dizendo o seguinte, enquanto nos outros estados há o painel do Impostômetro, aqui nós implantamos o Devolutrômetro. E esse programa já devolveu aos paranaenses R$ 750 milhões.

JEG- Com suporte do Estado a economia paranaense cresceu nos últimos anos?

RICHA- Temos uma economia diversificada e uma eficiente locomotiva que é o agronegócio. A soma de esforços do setor público e da iniciativa privada fez a diferença e o Paraná cresce mais que o País. Saímos da crise muito antes dos demais estados. Nosso PIB cresceu 2,9% neste ano. Isso é sete vezes mais que a média brasileira. Temos uma das menores taxas de desemprego, em torno de 8,5%, contra 12,4% do País. Estamos fechando o ano com quase 35 mil novos empregos com carteira assinada. Lembro que o programa Paraná Competitivo já trouxe R$ 43 bilhões em novas empresas para o Estado, que estão abrindo, de forma direta, mais 100 mil oportunidades de trabalho, principalmente no Interior. É o maior ciclo industrial que o Estado já viveu.

JEG- O senhor considera o apoio aos municípios uma das grandes marcas da gestão?

RICHA- Realmente estamos realizando uma administração com perfil municipalista e isso é um motivo de satisfação. Fui o único governador que esteve nas 399 cidades paranaenses no exercício do mandato. Conheci a realidade de cada canto do Paraná. Fiz isso porque já fui prefeito e sei da importância de ter no governo estadual um bom parceiro. É nas cidades que as pessoas vivem e é lá que as coisas precisam melhorar e avançar. Conseguimos ajudar a todos os prefeitos, sem olhar a cor partidária.

JEG- São sete anos de gestão. Como o senhor avalia o desenvolvimento do Estado neste período?

RICHA- Não há parâmetros para comparar o Paraná de hoje com aquele que recebi. Posso dizer isso com total segurança e muito orgulho. Estou cumprindo com as minhas obrigações e, sem demagogia ou populismo, posso afirmar que não tem uma área em que o Paraná não avançou nos últimos sete anos, e muito. Adotamos medidas duras e impopulares. Mas fizemos o que precisava ser feito para levantar o Paraná e mantê-lo em pé. Recebi um estado desestruturado, com nível de endividamento de 91%, uma máquina pública deficiente e sem qualquer planejamento. Mudamos esta realidade. Sigo com a consciência tranquila, feliz e orgulhoso pelas ações do nosso governo em todas as cidades e regiões do Paraná. Por onde passo, vejo a presença do Estado em ações que garantem desenvolvimento e qualidade de vida às pessoas. É uma grande satisfação ver o Paraná reconhecido nacionalmente. Hoje, o Paraná dá exemplo ao Brasil.