Adesão à greve dos professores sobe para 65%, diz sindicato

A App-Sindicato, que representa os professores do Paraná, afirmou que  adesão à greve da categoria cresceu e alcançou 65% de participação dos professores e funcionários das escolas, nesta terça-feira (18).

A paralisação contra a suspensão do reajuste salarial dos servidores estaduais, proposta pelo governador Beto Richa, começou na segunda-feira (17).

De acordo com a Seed (Secretaria de Estado da Educação) até a noite de segunda-feira (17) 45% das escolas do Paraná tiveram seu funcionamento afetado pelas ocupações dos estudantes ou pelo primeiro dia de greve dos professores, com 967 escolas. A rede tem 2.150 escolas – das quais 55% funcionaram normalmente.

Ainda de acordo como Sindicato, não é possível precisar o número de escolas que paralisaram totalmente ou parcialmente as atividades por causa da greve.

A greve foi deflagrada contra a emenda da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), encaminhada pelo governador Beto Richa (PSDB) para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) que retira o reajuste da categoria previsto para janeiro de 2017.

A votação da emenda foi suspensa e uma reunião com representantes do Governo do estado e dos sindicatos que representam os servidores estaduais está marcada para quarta-feira (19). A direção do sindicato pede que o governo retire as emendas que preveem o reajuste para prosseguir com a negociação.

A diretora da App-Sindicato, Marlei Fernandes, afirmou que os servidores compareceram na Alep, no início desta semana, para entregar um documento ao presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB). Nós queremos que as emendas que retiram a nossa data-base sejam recolhidas e que possamos abrir todo e qualquer processo de negociação com o governo. Nós não podemos aceitar que a nossa data-base que já teve interferências nos próximos anos, tenha novamente neste momento.

A promessa de reajuste foi feita para acabar com a greve dos servidores, que aconteceu no ano passado, durou 44 dias e ficou marcada pela violência do dia 29 de abril.

O Estado tem 78 mil professores e 31 mil funcionários da Educação, com 1 milhão de estudantes distribuídos em 2,1 mil escolas.

Ocupações

De acordo com o movimento estudantil Ocupa Paraná, que protesta contra as alterações propostas por Michel Temer para a educação, são 624 escolas,  11 universidades e dois núcleos de educação ocupados. Todos em protesto contra a reforma do ensino médio e a PEC 241 (teto dos gastos públicos). O número representa 28,57% das escolas no Estado – 2,1 mil.

O governo decretou recesso de cinco dias em 570 escolas. Assim, nestes locais a previsão é de que as aulas devam ir até 28 de dezembro. Caso as ocupações ainda durem mais uma semana, o calendário terminará apenas em 2017.

Segundo a secretária estadual da Educação, Ana Seres, o problema é que os professores têm direito a férias em janeiro, e uma reposição nesse período teria que ser aprovada por 100% deles. Assim, a Seed já avalia aumentar a carga horária dos alunos, medida já tomada no ano passado.

Richa entrega proposta a ministro

Hoje o governador Beto Richa (PSDB) e a secretária Ana Seres entregam ao ministro da Educação, Mendonça Filho, o resultado das consultas feitas no Paraná sobre a reforma do ensino médio proposta pelo governo federal. De acordo com a secretária, de 85% a 90% dos que participaram pela internet foram contra o uso de uma Medida Provisória para a mudança, mas também foi ‘quase unânime’ a noção de que o ensino médio deve mudar.

Mesmo com a reforma, o governo do Paraná promete manter todas a matérias do atual currículo. Já o ensino integral seria aplicado inicialmente em apenas 30 escolas, sendo que as próprias comunidades escolares é que se inscreveriam pelas vagas. Nós esgotamos a pauta da reforma no Paraná, diz Ana Seres.

Mais universidades param

Professores da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná) e Unespar (Universidade Estadual do Paraná) decidiram abrir greve de três dias, que vai pelo menos até esta quarta (19). Nesta data vai ocorrer uma reunião do FES (Fórum dos Servidores Estaduais) com representantes do governo do Estado sobre o pagamento do reajuste salarial pelo Executivo.

A UEPG, em Ponta Grossa, Unioeste (Cascavel) e UEM (Maringá) estão em greve desde a última semana. Já a Unicentro marcou para esta quarta uma assembleia para definir se entra ou não em greve.

Com: Paraná Portal