Paraná lidera produtividade de soja e milho no País, diz IBGE

O Paraná é o campeão de produtividade na soja e no milho na safra de 2016, segundo dados do levantamento sistemático de produção agrícola divulgado nesta quinta-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O rendimento por hectare na soja deve chegar a 3.405 quilos por hectare, e no milho da primeira safra deve alcançar 8.601 quilos por hectare no estado em 2015.

Um levantamento com base nos dados do IBGE feito pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social) mostra que, na soja, o Paraná superou Bahia (3.359 quilos por hectare) e Santa Catarina (3.300 quilos por hectare). Outros grandes produtores de soja, como Mato Grosso e Rio Grande do Sul, ficaram bem atrás, com 3.113 quilos por hectare e 2.967 quilos por hectare respectivamente.

No milho da primeira safra, o Estado ficou à frente do Distrito Federal (R$ 8.584 quilos por hectare) e Mato Grosso do Sul (8.500 quilos por hectare). O Paraná conjuga alta produtividade com alto volume de produção e de área plantada. Entre os grandes produtores de grãos do País, ele é o que consegue melhor aliar esses dois indicadores, diz Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes.

De acordo com o IBGE, o Paraná deve mais uma vez se consolidar como o segundo maior produtor de grãos do País, responsável por 17,8% da produção. O instituto estima que a safra brasileira atinja 210,7 milhões de toneladas, 0,6% superior à obtida em 2015.

O resultado se deve ao trabalho de mais de uma década de desenvolvimento tecnológico, manejo de solo e água, de pragas, rotação de culturas e zoneamento agroecológico, de acordo com o chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Francisco Carlos Simioni. O Paraná não tem como expandir a fronteira agrícola. O seu crescimento é vertical, com altos índices de produtividade. Na soja estamos próximos do topo, mas ainda há espaço para avançarmos no milho, no feijão, no trigo, na cevada, no centeio e na aveia, por exemplo, afirmou.

A fartura de grãos ajuda a estimular a agroindústria, de acordo com Suzuki Júnior. Graças a essa oferta de matéria-prima, a indústria de carnes, que utiliza o milho e a soja como ração, se desenvolveu tanto no Estado, lembra.

  • PRODUÇÃO

No Paraná, de acordo com o IBGE, a produção de soja deve chegar a 18,29 milhões de toneladas, 6,7% superior à passada. O milho da primeira safra deve ter queda de 21,3%, para 3,69 milhões de toneladas, e o milho da segunda safra deve somar 10,38 milhões, 8% menos do que a anterior. A produção de trigo, por sua vez, deve ter aumento de 16,1%, para 3,87 milhões de toneladas.

  • TENDÊNCIA

A queda do milho segue a tendência nacional, cuja produção deve cair 5,6% em relação a 2015. De acordo com o IBGE, as dificuldades de plantio do milho da primeira safra devido a adversidades climáticas, forte concorrência com a soja, que avança sobre a área de milho, e o atraso no plantio da segunda safra, provocado pelas chuvas, ajudam a explicar a redução.

Mesmo com os bons preços oferecidos pela saca de milho, o produtor tem voltado sua atenção para a cultura da soja, que apresenta preços mais atrativos.

  • SOJA

Apesar do excesso de chuvas, a previsão é de uma boa safra de soja no Sul do País, com avanços em relação ao montante colhido na safra anterior. A produção brasileira deve totalizar 102,7 milhões de toneladas, 5,8% superior à verificada em 2015.

Dentre os principais produtores nacionais, o Paraná será o que terá maior avanço na produção, com 6,7%. Mato Grosso registra alta de 2,5%, para 28,5 milhões de toneladas, e o Rio Grande do Sul de 3,4%, para 16,2 milhões de toneladas.

O IBGE também informou que a área plantada com grãos soma 58,5 milhões de hectares em 2016, 1,3% maior do que a colhida em 2015. O arroz, o milho e a soja representaram 86,3% da área a ser colhida e 92,7% da produção.