Governo lança campanha para erradicar o trabalho infantil

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Ação é direcionada, principalmente, a quem vive da agricultura familiar e de pequenas criações

 Por ser predominantemente agrícola, o Paraná ainda apresenta situações de trabalho infantil no campo, conforme revelou estudo da Secretaria da Família e Desenvolvimento Social. Apesar de a taxa ser menor que em outros estados, o compromisso de fazer valer os diretos da criança e adolescentes motivou ações, para orientar, principalmente, quem vive da agricultura familiar.

O trabalho infantil em meio urbano é mais fácil de ser detectado e coibido, pela densidade populacional e pela facilidade de acesso dos Conselhos Tutelares. Porém, no ambiente rural, muitas vezes as obrigações laborais começam cedo demais, principalmente em atividades relacionadas à agricultura, pecuária e pesca. “Boa parte das famílias não tem a percepção que estão expondo seus filhos a riscos e violando os direitos da criança, por questões culturais”, explica a secretária da Família, Fernanda Richa.

REDUÇÃO

A Secretaria da Família constatou que, de 2005 a 2015, houve redução de 80% no número de crianças e adolescentes, de 5 a 14 anos, em trabalho infantil. Desde 2011 até o ano retrasado, houve redução de 58% nas ocorrências dessa natureza. Os dados usados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

DANOS

Nas atividades agrícolas, os prejuízos à saúde têm relação ao contato com o agrotóxico, inalação de produtos tóxicos e uso de ferramentas cortantes. Também o esforço incompatível com a estrutura física da criança ou do adolescente podem gerar sequelas graves. O trabalho em lugar do estudo provoca consequências como exclusão social e falta de oportunidades profissionais, além de produzir problemas físicos e psicológicos.

CAMPANHA

A estratégia escolhida pela Secretaria da Família foi usar o rádio e calendários de parede para sensibilizar principalmente a população do campo. O aparelho de rádio é importante canal de comunicação, presente nas pequenas propriedades e pode acompanhar o agricultor na lavoura ou no cuidado das pequenas criações. Também o calendário foi elaborado com ilustrações sobre o tema e fica sempre à vista da família.

O anúncio “O Menino da Porteira”, com música cantada por Sérgio Reis e locução de Rolando Boldrin, explica a importância da educação formal para a prosperidade da família, em contraposição ao trabalho na lavoura. É ressaltado o risco para a formação da criança que é privada de ir à escola para ajudar os pais com a terra. O desenvolvimento da campanha recebeu o apoio do Conselho Estadual de Assistência Social (Ceas).

A “folhinha” traz ilustrações de crianças e adolescentes em 12 situações de risco e vulnerabilidade, com a etiqueta “Tire o trabalho infantil daqui”. Ao ser dobrada, a etiqueta revela mudança para uma situação feliz da infância, com a inscrição “Crianças e adolescentes precisam de outras aventuras”. O material, confeccionado com recursos do Fundo Estadual da Infância (FIA), foi aprovado pelo Conselho Estadual da Criança e do Adolescente (Cedca).